Policial e empregados são presos por morte de vigilante em Laranjeiras
Publicado em 11 de setembro de 2020
Por Jornal Do Dia
A Polícia Civil deflagrou ontem de manhã, em Laranjeiras (Vale do Cotinguiba), a ‘Operação Jus Postulandi’, que resultou nas prisões de um policial militar e de dois vigilantes que trabalham para a empresa de segurança pertencente ao policial. Eles são suspeitos do assassinato de um vigilante que foi encontrado morto no último dia 4 de agosto, às margens de um rio em São Cristóvão. O segurança foi morto na sede da empresa em que o vigilante trabalhava, às margens da BR-101, em Laranjeiras.
A operação foi realizada pelas Delegacias de Laranjeiras e de Maruim, com o apoio da Coordenadoria de Polícia Civil do Interior (Copci) e do Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar. As equipes foram mobilizadas para cumprir três mandados de prisão e de cinco de busca e apreensão referentes ao procedimento investigativo sobre a morte do vigilante, que trabalhava na empresa de vigilância.
De acordo com o delegado Murilo Gouveia, responsável pelo caso, o crime teria sido motivado uma ação trabalhista movida pela vítima contra o proprietário da empresa, um policial militar. A ação trabalhista gira em torno de R$ 51 mil."As investigações deram conta que o crime ocorreu no local de trabalho da vítima. A vítima era vigilante, de rotina pacata e deixou filho e esposa. A motivação para o crime teria sido a ação trabalhista. A vítima tinha impetrado a ação contra o empregador, que é proprietário da empresa de vigilância. Foram presos três suspeitos. O policial militar e dois funcionários dele. Eles foram os autores e executores do crime", explicou.
O delegado detalhou como os suspeitos agiram na ação criminosa que vitimou o vigilante. "O crime ocorreu de forma bárbara. As investigações apontaram que, dentro da coleta de material, de vestígios, foi um crime que marcou muito, foi muito violento. O corpo foi encontrado às margens do rio Pitanga, em São Cristóvão, na manhã do dia 6 de agosto. Eles foram ao local, se aproximaram da vítima, simularam um suposto abandono de posto, e enviaram mensagens para o celular da empresa, com o aparelho da vítima", detalhou.
Diante das informações coletadas no local do crime, a polícia desenvolveu o trabalho investigativo e conseguiu chegar à autoria em aproximadamente 30 dias. Durante as buscas realizadas no decorrer da operação policial, foram apreendidas diversas munições de calibres como 12, 36, 44, 762, 556, 380 e 9mm, além de armas de fogo e aparelho celular. Como resultado da ação policial, também foi confeccionado um auto de prisão em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.
Os três acusados devem ser indiciados por associação criminosa, homicídio qualificado e porte ilegal de arma. A investigação deve ser acompanhada pela Corregedoria da Polícia Militar. O nome ‘Jus Postulandi’ é uma expressão latina que se refere ao direito de postular ações ou causas na Justiça. No âmbito da Justiça do Trabalho, esse direito é válido para qualquer cidadão, conforme previsto no artigo 791 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).