Privilegiados de jaleco

A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho  determinou que os médicos federais retomas sem, ainda ontem, o atendimento presencial nas agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) espalhadas pelo País. Insensíveis, os privilegiados do jaleco fizeram ouvidos de mercador.
Para permanecer de pernas para cima, curtindo sombra e água fresca enquanto a população permanece ao Deus dará, à porta das agências, os peritos alegam que não há condições sanitárias adequadas. Não negociam, não fazem reivindicação razoável, simplesmente se recusam a pegar no batente.
O impasse entre médicos e a secretaria está centrado na desconfiança de que as inspeções que avaliaram as agências aptas ao atendimento presencial foram feitas de qualquer jeito. Os peritos se apegam a qualquer questão, com o objetivo de jogar com a opinião pública. Mas, observadas as regras de distanciamento que cabem a todos e qualquer um, individualmente, em verdade não correm perigo.
Enquanto isso, a população sofre. A avaliação de médicos federais é necessária principalmente para permitir que trabalhadores recebam auxílios previdenciários, retornem ao trabalho ou consigam a aposentadoria em algumas modalidades.
Como sempre, a dor dos mais vulneráveis é usada como moeda de troca. A Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP) não está nem aí para a dor dos outros. Enquanto o Governo Federal não se dobrar às exigências da entidade classista, velhinho e trabalhadores em dificuldades vão comer o pão que o diabo amassou, sem acesso aos benefícios dependentes do parecer profissional dos bem pagos legistas.