Polícia investiga mortes por ingestão de bebida em Riachão
Publicado em 23 de setembro de 2020
Por Jornal Do Dia
A Polícia Civil abriu in quérito para investigar três mortes suspeitas ocorridas nesta semana em Riachão do Dantas (Centro-Sul). As vítimas teriam ingerido uma bebida alcóolica que, segundo as primeiras suspeitas, pode ter sido envenenada ou adulterada por algum composto químico. A bebida, uma espécie de cachaça artesanal, era vendida em um bar do Povoado Vivaldo, área rural da cidade. Ontem de manhã, equipes da Delegacia de Riachão apreenderam amostras da bebida, que foram encaminhadas para análise nos institutos de Criminalística e de Análises e Pesquisas Forenses (IAPF).
A primeira morte ocorreu na noite da última segunda-feira, quando a primeira vítima, Marcos Silva Florenço, 50 anos, deu entrada no hospital do município com sinais de intoxicação e morreu durante o atendimento. A esposa de Marcos disse à polícia que ele havia ingerido uma cachaça num bar localizado no povoado Vivaldo. Com essa informação, a médica responsável pelo caso entrou em contato com a diretoria do hospital, que por sua vez comunicou o fato à delegacia local.
Os outros casos foram confirmados ontem: José Luiz da Silva e José Carlos dos Santos, que segundo testemunhas, estavam voltando do enterro de Florenço, passaram pelo bar e tomaram uma dose da mesma bebida. Eles também passaram mal e morreram a caminho do hospital. Além deles um homem está internado em estado grave no Hospital Regional de Estância, outro caso está em observação e uma mulher foi atendida no hospital, mas já foi liberada.
Uma das pacientes é a dona do bar, que foi ouvida pela polícia. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), ela informou que a cachaça era adquirida de um alambique e, em seguida, é feita uma mistura com os ingredientes específicos, como cascas de Barbatimão e Jatobá. A proprietária também informou que vende a bebida há muitos anos e também a ingeriu com a irmã e passou mal.
De acordo com o delegado Alisson Lial, responsável pela unidade, após o contato com a médica e a direção do hospital, a equipe de Polícia Civil da região acionou o Instituto Médico-Legal (IML) e solicitou que fosse feito o exame necroscópico, a fim de detectar a presença de alguma substância que pudesse estar associada à causa da morte.Já no início da manhã de ontem, foi feita a análise do estabelecimento o qual foi vendida a cachaça. No entanto, outras pessoas também já haviam ingerido a bebida alcoólica.
O IAPF e o Instituto de Criminalística foram acionados e seguem fazendo o levantamento do local. Já o IML fez a coleta dos corpos e continua com a investigação para identificar a presença de substâncias associadas ao caso.