Alese aprova intervenção em Canindé com sete ausências

A Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) aprovou, na sessão de ontem, o Decreto Legislativo nº 78/2020, que institui a intervenção estadual em Canindé de São Francisco (Sertão) e foi baixado pelo governador Belivaldo Chagas (PSD) em cumprimento à decisão do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE). Por maioria, os deputados estaduais chancelaram o processo de intervenção na Prefeitura local, que está sob suspeitas de má-gestão e de irregularidades. O decreto de intervenção vai valer até 31 de dezembro, e durante esse tempo, o município será administrado pelo economista Edgar Motta Neto, ex-presidente do Detran. 
A votação aconteceu de forma nominal, com 16 votos favoráveis e sete ausências. O deputado Capitão Samuel (PSC) se absteve de votar. O único voto contrário foi o do líder da oposição, Rodrigo Valadares (PTB), que questionou o currículo de Edgard Mota e acusou o governo de tomar decisões sem consultar ou abrir debate com o Parlamento. 
A maioria dos deputados que aprovaram o projeto destacaram a passagem do interventor por outros órgãos públicos, como Banco do Estado de Sergipe (Banese), Junta Comercial de Sergipe (Jucese), Hospital de Cirurgia, Tribunal de Contas do Estado (TCE), Sergipe Gás (Sergás), e a própria Alese, da qual Edgard já foi diretor. O deputado Zezinho Guimarães (MDB) saiu em defesa do escolhido. 
O prefeito Ednaldo Vieira Barros, o ‘Ednaldo da Farmácia’, foi afastado a pedido do Ministério Público, com base em relatórios do Tribunal de Contas do Estado que apontaram "transtornos da ordem fiscal, contábil, administrativa funcional e operacional" na gestão do município. A data da posse de Edgard Mota em Canindé ainda será definida pelo governo do estado.