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Campanha deveria discutir a vida pós-pandemia
Publicado em 10 de outubro de 2020
Por Jornal Do Dia
O IDH praticamente estagnou tanto para Brasil, quanto para o Nordeste e Sergipe, depois de crescer pouco entre 2000 e 2013. O de Sergipe esteve sempre muito próximo ao nordestino e os de ambos sempre abaixo do brasileiro.Os dados integram o Anuário Socioeconômico de Sergipe, edição 2019, uma publicação do Grupo de Pesquisa em Análise de Dados Econômicos, vinculado ao Departamento de Economia da Universidade Federal de Sergipe, elaborado pelos professores Luiz Rogério de Camargo e Wagner Nóbrega, do Departamento de Economia da UFS e o economista do IFS, Rodrigo Melo Gois. A publicação, com mais de 700 páginas, pode ser disponibilizada gratuitamente em www.cafecomdados.comSergipe apresentou em 2017 o quinto pior IDH dentre os estados brasileiros. A melhora do IDH de Sergipe no comparativo entre 2000 e 2017 foi maior apenas do que a do Pará, comparados os estados de pior IDH em 2017. Com a covid-19 o quadro piorou.Medida pelo Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) calculado pelo IPEA, a pobreza em Sergipe também praticamente estagnou ao nível de 2013, depois de significativa queda entre 2000 e 2011. O desempenho do IVS de Sergipe se assemelha ao nordestino e ao brasileiro, sendo a desse último melhor.No comparativo entre os estados brasileiros, Sergipe dividiu a sexta colocação com o estado da Bahia de pior Índice de Vulnerabilidade Social em 2017. Dentre esses sete de pior colocação, Sergipe foi o terceiro de pior diminuição do índice desde 2000.O percentual de pessoas pobres em Sergipe seguiu, em 2018, a trajetória de crescimento iniciada em 2015, depois de uma sequência de queda desde, pelo menos, 2012. Enquanto o percentual de pobres em Sergipe em 2018 aumentou, o do Brasil e Nordeste diminuíram. Esse foi o primeiro ano quando os desempenhos desses percentuais não se acompanharam mutuamente.Com o crescimento contínuo de seu percentual de pobres, Sergipe ocupou em 2018 sua pior colocação frente aos demais estados brasileiros (6º maior percentual de pobres), sendo um dos três desses seis estados de piores percentuais que cujo percentual aumentou no comparativo entre 2018 e 2012.Sergipe foi o sexto estado com maior percentual de pessoas miseráveis em 2018. Dentre os seis estados com ele comparados, Sergipe foi o terceiro a apresentar maior crescimento daquele percentual.Assim como o apresentado no percentual de pobreza, o de miséria, em 2018 cresceu em Sergipe, na contramão da queda apresentada no Nordeste. O percentual de miséria em Sergipe tende a superar o do Nordeste, depois de ter evoluído sempre abaixo deste até 2015.A parcela de famílias extremamente pobres no Cadastro Único, em Sergipe, aumentou em agosto de 2019, confirmando uma trajetória de crescimento desde 2017, depois de cair sequencialmente desde 2012. O Nordeste e o Brasil apresentaram a mesma evolução. A parcela em Sergipe continua próxima à nordestina e ambas maiores do que a brasileira.Também de evolução semelhante à do Brasil e do Nordeste, a parcela de famílias pobres depois de estável entre 2012 e 2015, caiu seguidamente em 2016, tendo aumentado em 2019. A proporção entre as taxas apresentadas por Sergipe, Brasil e Nordeste se manteve, com Sergipe sempre em segundo lugar.Embora o cadastro esteja medido em famílias e o percentual de pobres esteja em pessoas, é preciso averiguar o porquê de os desempenhos dessas duas variáveis em Sergipe serem diferentes.Sergipe foi o estado mais desigual do país em 2018. Dentre os estados mais desiguais, seu índice de Gini foi um dos que se manteve mais constante no comparativo entre os anos de 2018 e 2012. A desigualdade oscilou nos últimos anos com tendência a aumento, depois de duas quedas seguidas em 2014 e 2015.A pandemia da covid-19, ainda em curso, deve ter agravado ainda mais os indicadores sociais do estado, que já vinha de uma grave crise econômica. Os municípios, inclusive Aracaju, não dispõem dos recursos necessários para um enfrentamento direto contra a pobreza, mesmo com o suporte garantido neste momento pelo governo federal para ajudar a recompor a arrecadação perdida pela emergência, que provocou o fechamento da economia.O quadro deve piorar neste resto de ano com a suspensão do auxílio emergencial de R$ 600 que vinha sendo pago aos mais vulneráveis, com reflexos diretos nas novas administrações municipais, a serem eleitas em 15 de novembro, com posse em 1 de janeiro de 2021.Como será a vida das pessoas no pós-pandemia deveria ser o carro-chefe dos debates durante a campanha eleitoral. Até agora, no entanto, o tema não tem despertado muito a atenção dos 11 candidatos a prefeito de Aracaju.
Edvaldo surpreende com
plano de estímulo à economia
Calou fundo na oposição o Plano de Estímulo à Atividade Econômica e Geração de Emprego e Renda, que o prefeito Edvaldo Nogueira lançou na terça-feira (6). O plano tem três linhas: recursos para o Turismo, renegociação de dívidas com retirada completa de juros e multas, e investimentos de R$ 1 bilhão para obras que gerarão 19 mil empregos.
Neste último ponto, a abertura de novos postos de trabalho se dará, sobretudo, na construção civil, já que envolve a construção de casas, escolas, postos de saúde, obras de infraestrutura em bairros periféricos, a construção de uma grande avenida na Zona Oeste de Aracaju e a troca da iluminação da cidade, que será toda substituída por LED.
"O impacto na economia será enorme. É o maior programa de investimentos em obras de infraestrutura já realizado em Aracaju", afirma Edvaldo, que se ampara nos cálculos da Câmara Brasileira da Construção Civil, para prever os 19 mil novos empregos. "O cidadão empregado consome mais, o que gera movimentação da economia no bairro onde ele mora, criando um círculo virtuoso, que beneficia a todos", diz.
Pelos dados apresentados por Edvaldo, há cerca de R$ 300 milhões nas obras que já estão sendo executadas na cidade, a exemplo dos corredores de transporte, mas há R$ 700 milhões novos.
Sobre usina nuclear
O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional o parágrafo 8º do artigo 232 da Constituição do Estado de Sergipe, que proíbe a construção de usinas nucleares, o depósito de lixo atômico e o transporte de cargas radioativas no seu território. Na sessão virtual encerrada em 2/10, o Plenário, por maioria de votos, julgou procedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4973, ajuizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Prevaleceu o entendimento do relator, ministro Celso de Mello, para quem "todas as atividades relacionadas ao setor nuclear desenvolvidas no território nacional encontram-se, em face do ordenamento constitucional vigente, submetidas ao poder central da União Federal".
Em 2010, quando se discutia a implantação de uma usina nuclear no nordeste, o então governador Marcelo Déda comandou um grande grupo durante visita a usina nuclear Angra II, no Rio de Janeiro. E voltou satisfeito. "Aprendemos muito. Além disso, derrubamos vários mitos que todos nós criamos ao longo do tempo", resumiu o governador, segundo arquivo da Agência Sergipe de Notícias.
Depois de conhecer as instalações, o governador confessou-se muito satisfeito com o que viu. "Se todos pudessem fazer esta visita, a autoestima do brasileiro aumentaria ainda mais. Nós avançamos em relação à tecnologia que importamos e, hoje, desenvolvemos tecnologia própria".
Como se sabe, o São Francisco ficou livre da usina e os diretores da Eletronuclear foram presos por desvio de recursos. E a polêmica sobre esse tipo de energia continua, principalmente numa região onde a energia solar deveria prevalecer.
Boa vantagem
Desde a campanha para o governo estadual de 1994 quando o Ibope previu a vitória de Albano Franco no primeiro turno e Jackson Barreto forçou um segundo turno com 15 mil votos de frente, as pesquisas do Ibope não são levadas à sério no estado. Mas, ao menos, servem para balizar as campanhas. A pesquisa divulgada pela TV Sergipe na noite de sexta-feira deu fôlego ao prefeito Edvaldo Nogueira (PDT), que disputa a reeleição.
A pesquisa Ibope, registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) com o número SE?02812/2020, ouviu 504 eleitores da cidade de Aracaju, entre os dias 7 a 9 de outubro, A margem de erro é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos, com índice de confiança de 95%.
O levantamento apontou que o prefeito Edvaldo Nogueira, candidato à reeleição pelo PDT, lidera entre os ouvidos na pesquisa com 32% dos entrevistados, mas com a possibilidade de segundo turno entre ele e a delegada Danielle Garcia (Cidadania), principal candidata da oposição, que obteve o segundo lugar com 21%.
O terceiro lugar na pesquisa ficou com Rodrigo Valadares (PTB), que teve 6% dos entrevistados, seguido por Márcio Macêdo (PT), com 5%. Os candidatos Almeida Lima (PRTB), Georlize Teles (DEM) e Lúcio Flávio (Avante), tiveram 3% cada um. Alexis Pedrão (PSOL) teve 2% e o delegado Paulo Márcio (DC) teve 1%. Gilvaní Santos (PSTU) teve 0% de intenções de voto e Juraci Nunes (PMB) não foi citado pelos entrevistados. Os votos brancos e nulos somaram 18% e outros 6% não souberam ou não responderam à pesquisa.
O Ibope também pediu aos entrevistados que avaliassem a atual gestão do prefeito Edvaldo Nogueira. Ela foi considerada como ótima ou boa por 39% dos eleitores ouvidos, regular por outros 37% e ruim ou péssima por 23%. 1% dos inquiridos não souberam avaliar. Quanto à aprovação da atual administração, 58% dos pesquisados aprovam, 37% desaprovam e 4% não souberam avaliar.