Segunda, 13 De Janeiro De 2025
       
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APARECIDA, O BRASIL E OS BRASILEIROS


Publicado em 10 de outubro de 2020
Por Jornal Do Dia


 

Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos
Entre os dias 13 e 31 de maio de 2007, ocorreu na cidade de Aparecida-SP, a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, convocada inicialmente pelo Papa João Paulo II e confirmada e aberta pelo Papa Bento XVI. Com o tema "Discípulos e Missionários de Jesus Cristo, para que nele nossos povos tenham vida", o evento marcou a História da Igreja Católica no Brasil
A Conferência de Aparecida, como ficou conhecida, refletiu sobre assuntos que ainda estão entre as preocupações e demandas do nosso tempo: os desafios impostos pela globalização; a questão ecológica e o compromisso de cuidar da Amazônia; a moral sexual, a ética e a bioética; a reafirmação sobre a opção preferencial pelos pobres no terceiro milênio; a atenção para com os jovens.
Afora, também, as questões de ordem teologal e pastoral, tais como: a mística da comunhão; a missionariedade; ênfase na atuação dos leigos e das famílias cristãs na sociedade, na política e na Igreja; o diálogo ecumênico, inter-religioso e cultural; a criação de novas pastorais de acordo com as novas exigências de evangelização; o carisma mariano da Igreja e em especial do Brasil, onde a Virgem de Aparecida se apresenta como discípula e missionária que se identifica com os povos da América Latina.
No próximo dia 12 de outubro, o país se volta para as celebrações em torno de sua padroeira, Nossa Senhora Aparecida. Representação religiosa e devoção mais simbólica da fé católica do povo brasileiro desde 1717, quando do achamento de uma imagem por três pescadores (Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso), no Rio Paraíba do Sul-SP. Da residência de Filipe Pedroso, onde ficou por alguns anos, o culto ganhou corpo com o passar dos anos e alcançou uma dimensão extraordinária.
Atualmente, fieis peregrinos de várias partes do país acorrem para o Santuário de Aparecida, para render graças e também para solicitar a intercessão da Virgem Mãe de Deus para suas necessidades de toda ordem. Em 1980, o Papa João Paulo II consagrou o local, que é capaz de abrigar milhares de pessoas.
A popularidade da devoção à Nossa Senhora Aparecida também encontrou espaço na música popular brasileira e partir desta se sedimentou ainda mais no coração do povo brasileiro. Não somente por artistas e cantores consagrados pela Igreja, a exemplo de Padre Zezinho e Padre Fábio de Melo, mas também por leigos, como Renato Teixeira que imortalizou a canção Romaria, gravada em 1978, e que já mereceu a interpretação de diversas pessoas, entre elas Elis Regina.
Seja do ponto de vista devocional, seja do ponto de vista institucional, Aparecida tem muito ainda a nos dizer e dizer ao nosso tempo. Rodrigo Alvarez, autor do livro Aparecida (2014), destaca um aspecto importante em torno de sua devoção: "(…) essa mistura de fé com paixão e identificação que nos permite entender Aparecida como primeiro símbolo verdadeiramente nacional…" (p. 16). Em tempos de polarização de ideias e crenças, ideologicamente orientadas, nada melhor que algo que aponte para a unidade entre as pessoas, respeitando as suas diversidades.
Por fim, no próprio Documento de Aparecida (2007) é possível pensar o Brasil e os brasileiros até mesmo numa perspectiva mais esperançosa, num horizonte que vislumbre caminhos e uma jornada melhor do que a hoje enfrentamos: "A misericórdia sempre será necessária, mas não deve contribuir para criar círculos viciosos que sejam funcionais para um sistema econômico iníquo. Requer-se que as obras de misericórdia sejam acompanhadas pela busca da verdadeira justiça social, que vá elevando o nível de vida dos cidadãos, promovendo-os como sujeitos de seu próprio desenvolvimento" (385, p. 175).

Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos
Entre os dias 13 e 31 de maio de 2007, ocorreu na cidade de Aparecida-SP, a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, convocada inicialmente pelo Papa João Paulo II e confirmada e aberta pelo Papa Bento XVI. Com o tema "Discípulos e Missionários de Jesus Cristo, para que nele nossos povos tenham vida", o evento marcou a História da Igreja Católica no BrasilA Conferência de Aparecida, como ficou conhecida, refletiu sobre assuntos que ainda estão entre as preocupações e demandas do nosso tempo: os desafios impostos pela globalização; a questão ecológica e o compromisso de cuidar da Amazônia; a moral sexual, a ética e a bioética; a reafirmação sobre a opção preferencial pelos pobres no terceiro milênio; a atenção para com os jovens.Afora, também, as questões de ordem teologal e pastoral, tais como: a mística da comunhão; a missionariedade; ênfase na atuação dos leigos e das famílias cristãs na sociedade, na política e na Igreja; o diálogo ecumênico, inter-religioso e cultural; a criação de novas pastorais de acordo com as novas exigências de evangelização; o carisma mariano da Igreja e em especial do Brasil, onde a Virgem de Aparecida se apresenta como discípula e missionária que se identifica com os povos da América Latina.No próximo dia 12 de outubro, o país se volta para as celebrações em torno de sua padroeira, Nossa Senhora Aparecida. Representação religiosa e devoção mais simbólica da fé católica do povo brasileiro desde 1717, quando do achamento de uma imagem por três pescadores (Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso), no Rio Paraíba do Sul-SP. Da residência de Filipe Pedroso, onde ficou por alguns anos, o culto ganhou corpo com o passar dos anos e alcançou uma dimensão extraordinária.Atualmente, fieis peregrinos de várias partes do país acorrem para o Santuário de Aparecida, para render graças e também para solicitar a intercessão da Virgem Mãe de Deus para suas necessidades de toda ordem. Em 1980, o Papa João Paulo II consagrou o local, que é capaz de abrigar milhares de pessoas.A popularidade da devoção à Nossa Senhora Aparecida também encontrou espaço na música popular brasileira e partir desta se sedimentou ainda mais no coração do povo brasileiro. Não somente por artistas e cantores consagrados pela Igreja, a exemplo de Padre Zezinho e Padre Fábio de Melo, mas também por leigos, como Renato Teixeira que imortalizou a canção Romaria, gravada em 1978, e que já mereceu a interpretação de diversas pessoas, entre elas Elis Regina.Seja do ponto de vista devocional, seja do ponto de vista institucional, Aparecida tem muito ainda a nos dizer e dizer ao nosso tempo. Rodrigo Alvarez, autor do livro Aparecida (2014), destaca um aspecto importante em torno de sua devoção: "(…) essa mistura de fé com paixão e identificação que nos permite entender Aparecida como primeiro símbolo verdadeiramente nacional…" (p. 16). Em tempos de polarização de ideias e crenças, ideologicamente orientadas, nada melhor que algo que aponte para a unidade entre as pessoas, respeitando as suas diversidades.Por fim, no próprio Documento de Aparecida (2007) é possível pensar o Brasil e os brasileiros até mesmo numa perspectiva mais esperançosa, num horizonte que vislumbre caminhos e uma jornada melhor do que a hoje enfrentamos: "A misericórdia sempre será necessária, mas não deve contribuir para criar círculos viciosos que sejam funcionais para um sistema econômico iníquo. Requer-se que as obras de misericórdia sejam acompanhadas pela busca da verdadeira justiça social, que vá elevando o nível de vida dos cidadãos, promovendo-os como sujeitos de seu próprio desenvolvimento" (385, p. 175).

 

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