Os moradores já promoveram alguns protestos contra a mudança
Prefeitura diz que mudanças na Nestor Sampaio só após negociação com moradores
Publicado em 22 de outubro de 2020
Por Jornal Do Dia
A Prefeitura de Aracaju, através da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), garantiu na tarde de ontem ao JORNAL DO DIA que nenhuma medida que provoque mudanças na Avenida Nestor Sampaio será implantada sem antes finalizar o processo de diálogo que envolve moradores, comerciantes e promotores de justiça do Ministério Público Estadual (MPE). Em discussão desde o primeiro semestre de 2018, o assunto vem dividindo opiniões e gerando preocupação, em especial, lojistas e contribuintes usuários do transporte coletivo. Apesar dos diálogos terem sido intensificados nos últimos dois anos, a PMA alega que há 13 anos a administração municipal planeja realizar mudanças na Avenida Nestor Sampaio, no bairro Luzia, mas sem sucesso.
Enquanto parte dos moradores e comerciantes demonstram preocupação com a possibilidade de contabilizar prejuízos com a imposição de mão única, outra parcela de contribuintes, a exemplo do empresário Antônio Mendonça, visualiza a possível futura mudança como necessária. Proprietário do Posto Auto Center que fica entre as Avenidas Nestor Sampaio e Hermes Fontes, ele deseja que a alteração seja feita conforme um projeto em que a mão única seria no sentido bairro Castelo Branco até a Avenida Hermes Fontes, na rotatória que dá acesso a Avenida Sílvio Teixeira, no bairro Jardins. O empresário, que é Engenheiro Civil, é também autor de um processo que segue parado no Tribunal de Justiça de Sergipe há dois anos.
Em 2015, o então titular da SMTT, Nelson Felipe, disse que já havia sido concluído o planejamento da mudança de circulação na Avenida Nestor Sampaio e Rua Ministro Nelson Hungria, situadas no bairro Luzia. O órgão aguardava a conclusão da licitação para a aquisição de placas e todo o sistema de sinalização horizontal e vertical. As alterações atingiriam três importantes núcleos habitacionais de Aracaju: conjuntos Médici, Castelo Branco e conjunto dos Motoristas. Seriam aproximadamente 400 placas de sinalização espalhadas em várias ruas. O projeto envolveria aberturas e adaptações de cinco retornos e fechamento de cruzamentos, além da instalação de semáforos. Apesar dos estudos, na prática nenhuma mudança foi aplicada pela prefeitura.
"A única definição correta e coerente deste momento é que nenhuma mudança será aplicada sem antes haver um consenso entre a Prefeitura de Aracaju, moradores e comerciantes em audiência pública mediada pelo Ministério Público Estadual. Avaliamos esse diálogo como de extrema necessidade, ao mesmo tempo em que destacamos a importância em se adotar medidas; o fluxo de veículos naquela região evoluiu significativamente, e é preciso adotar medidas. Por isso, a SMTT e o MPE seguem ouvindo as partes para definir a melhor solução para esse problema que envolve a mobilidade urbana daquela região", informou o órgão municipal de trânsito. O MPE não oficializou ao JD quando haverá outra audiência para debater o impasse.