Domingo, 12 De Janeiro De 2025
       
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FAB aponta as causas da queda de avião com Gabriel Diniz


Publicado em 31 de outubro de 2020
Por Jornal Do Dia


 

O Centro de Investiga
ção e Prevenção de 
Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), ligado à Força Aérea Brasileira (FAB) concluiu e divulgou ontem o relatório final da investigação sobre a queda do avião de prefixo PT-KLO, ocorrida no dia 27 de maio de 2019 em uma área de mangues no povoado Porto do Mato, em Estância (Sul). O acidente provocou as mortes do cantor Gabriel Diniz e dos pilotos alagoanos Abraão Farias e Linaldo Xavier. A apuração concluiu que três fatores principais contribuíram para a queda da aeronave: as más condições do tempo na ocasião do voo, a falta de qualificação para voar sob instrumentos (que também não haviam no avião) e a indisciplina de um dos pilotos, que decidiu fazer o voo mesmo em condições adversas. 
O avião, fabricado em 1974 pela empresa Piper Aircraft e pertencente ao Aeroclube de Alagoas, decolou de Salvador (BA) para Maceió (AL), onde Gabriel iria comemorar o aniversário da namorada, Karoline Calheiros. No caminho, o avião conduzido por Linaldo passou por uma área de turbulência e acabou perdendo o controle e a altitude, até cair. Isso aconteceu depois que a asa direita do aparelho se rompeu e atingiu o tanque de combustível. O relatório confirma que essa turbulência, associada a manobras feitas pelos pilotos na tentativa de escapar do mau tempo, foi forte o suficiente para fazer com que o avião praticamente se despedaçasse no ar. Esse detalhe se confirmou a partir da analise de destroços que ficaram espalhados em uma extensa área do povoado. 
"A disposição dos destroços no terreno, espalhados linearmente na direção do voo,sentido Salvador/Aracaju, além de demonstrar que houve desprendimento de partes daaeronave ainda em voo, após a realização de uma segunda conversão de 180°, descarta apossibilidadeda aeronave ter descrito uma trajetória conhecida como espiral descendente, quando se esperaria que os seus destroços se apresentassem mais concentrados e emdisposição circular.Com isso, é mais provável que a separação estrutural tenha ocorrido em decorrênciade sobrecarga imposta à estrutura devido a um movimento brusco de comandos, emvelocidade alta e turbulência, associada ou não à desorientação espacial", diz o Cenipa. 
O relatório apontou ainda que "a falha estrutural experimentada pelo PT-KLO, aindaem voo, foi, possivelmente, induzida pelo piloto, em razão da falta de experiência de vooem condições meteorológicas adversas, associada à ultrapassagem dos limites estruturaisdo avião". Isto porque o piloto não possuía a habilitação de Voo por Instrumentos – Avião (IFRA) e a aeronave não era certificada para o voo IFR, ou seja, não tinha o radar meteorológico. Ainda conforme a FAB, não havia condições de voo visual na região do acidente, pois ela apresentava "precipitações de intensidademoderada a forte, sendo associadas à nuvem TCU [nuvens Towering Cumulus, de formato encastelado], compatíveis com restrição devisibilidade e presença de instabilidade atmosférica". 
A investigação concluiu ainda que Linaldo Xavier tomou atitudes consideradas erradas tanto com a decisão de realizar o voo em condições desfavoráveis, quanto a operação da aeronave durante o voo, o que também contribuiu para o acidente. "A atitude de não considerar os procedimentos previstos para se manter em condiçõesde voo visuais concorreu para a exposição da aeronave a elevado risco de acidente. (…) Não houve uma avaliação adequada dos parâmetros relacionados à operação daaeronave, notadamente, quanto aos limites operacionais, para efeito da decisão peloprosseguimento do voo em condições meteorológicas desfavoráveis ao voo VFR", diz o Cenipa, acrescentando ser "presumível inferir que o fato de transportar um artista que possuíacompromissos familiares no destino tornou-se um dado relevante para a tomada dedecisão, em detrimento a relevantes aspectos relativos à manutenção da segurança daoperação".
O órgão da FAB informou que a investigação sobre as causas não tem o objetivo de atribuir responsabilidades legais ou administrativas, mas sim reunir dados e informações para ajustar normas de segurança e prevenir que novos acidentes com as mesmas características ocorram. Neste sentido, o relatório do Cenipa fez quatro recomendações à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e ao Aeroclube de Alagoas, para que corrijam os procedimentos de liberação dos usos de aeronaves e orientação aos pilotos para que respeitem os limitesoperacionais das suas aeronaves e as Regras de Voo Visual estabelecidas pela própria FAB e por órgãos internacionais de aviação. A Anac já aplicou cinco infrações administrativas ao Aeroclube alagoano, por descumprimento de regras técnicas. A direção da entidade já apresentou defesa. 
Gabriel Diniz tinha 28 anos, era radicado em João Pessoa (PB) e foi vocalista das bandas "Forró na Farra" e "Cavaleiros do Forró". Em 2015, entrou na carreira solo e, desde então, teve seis CDs gravados, mas ficou mais conhecido em todo o país no fim de 2018, com a música ‘Jeniffer’.

O Centro de Investiga ção e Prevenção de  Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), ligado à Força Aérea Brasileira (FAB) concluiu e divulgou ontem o relatório final da investigação sobre a queda do avião de prefixo PT-KLO, ocorrida no dia 27 de maio de 2019 em uma área de mangues no povoado Porto do Mato, em Estância (Sul). O acidente provocou as mortes do cantor Gabriel Diniz e dos pilotos alagoanos Abraão Farias e Linaldo Xavier. A apuração concluiu que três fatores principais contribuíram para a queda da aeronave: as más condições do tempo na ocasião do voo, a falta de qualificação para voar sob instrumentos (que também não haviam no avião) e a indisciplina de um dos pilotos, que decidiu fazer o voo mesmo em condições adversas. 
O avião, fabricado em 1974 pela empresa Piper Aircraft e pertencente ao Aeroclube de Alagoas, decolou de Salvador (BA) para Maceió (AL), onde Gabriel iria comemorar o aniversário da namorada, Karoline Calheiros. No caminho, o avião conduzido por Linaldo passou por uma área de turbulência e acabou perdendo o controle e a altitude, até cair. Isso aconteceu depois que a asa direita do aparelho se rompeu e atingiu o tanque de combustível. O relatório confirma que essa turbulência, associada a manobras feitas pelos pilotos na tentativa de escapar do mau tempo, foi forte o suficiente para fazer com que o avião praticamente se despedaçasse no ar. Esse detalhe se confirmou a partir da analise de destroços que ficaram espalhados em uma extensa área do povoado. 
"A disposição dos destroços no terreno, espalhados linearmente na direção do voo,sentido Salvador/Aracaju, além de demonstrar que houve desprendimento de partes daaeronave ainda em voo, após a realização de uma segunda conversão de 180°, descarta apossibilidadeda aeronave ter descrito uma trajetória conhecida como espiral descendente, quando se esperaria que os seus destroços se apresentassem mais concentrados e emdisposição circular.Com isso, é mais provável que a separação estrutural tenha ocorrido em decorrênciade sobrecarga imposta à estrutura devido a um movimento brusco de comandos, emvelocidade alta e turbulência, associada ou não à desorientação espacial", diz o Cenipa. 
O relatório apontou ainda que "a falha estrutural experimentada pelo PT-KLO, aindaem voo, foi, possivelmente, induzida pelo piloto, em razão da falta de experiência de vooem condições meteorológicas adversas, associada à ultrapassagem dos limites estruturaisdo avião". Isto porque o piloto não possuía a habilitação de Voo por Instrumentos – Avião (IFRA) e a aeronave não era certificada para o voo IFR, ou seja, não tinha o radar meteorológico. Ainda conforme a FAB, não havia condições de voo visual na região do acidente, pois ela apresentava "precipitações de intensidademoderada a forte, sendo associadas à nuvem TCU [nuvens Towering Cumulus, de formato encastelado], compatíveis com restrição devisibilidade e presença de instabilidade atmosférica". 
A investigação concluiu ainda que Linaldo Xavier tomou atitudes consideradas erradas tanto com a decisão de realizar o voo em condições desfavoráveis, quanto a operação da aeronave durante o voo, o que também contribuiu para o acidente. "A atitude de não considerar os procedimentos previstos para se manter em condiçõesde voo visuais concorreu para a exposição da aeronave a elevado risco de acidente. (…) Não houve uma avaliação adequada dos parâmetros relacionados à operação daaeronave, notadamente, quanto aos limites operacionais, para efeito da decisão peloprosseguimento do voo em condições meteorológicas desfavoráveis ao voo VFR", diz o Cenipa, acrescentando ser "presumível inferir que o fato de transportar um artista que possuíacompromissos familiares no destino tornou-se um dado relevante para a tomada dedecisão, em detrimento a relevantes aspectos relativos à manutenção da segurança daoperação".
O órgão da FAB informou que a investigação sobre as causas não tem o objetivo de atribuir responsabilidades legais ou administrativas, mas sim reunir dados e informações para ajustar normas de segurança e prevenir que novos acidentes com as mesmas características ocorram. Neste sentido, o relatório do Cenipa fez quatro recomendações à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e ao Aeroclube de Alagoas, para que corrijam os procedimentos de liberação dos usos de aeronaves e orientação aos pilotos para que respeitem os limitesoperacionais das suas aeronaves e as Regras de Voo Visual estabelecidas pela própria FAB e por órgãos internacionais de aviação. A Anac já aplicou cinco infrações administrativas ao Aeroclube alagoano, por descumprimento de regras técnicas. A direção da entidade já apresentou defesa. 
Gabriel Diniz tinha 28 anos, era radicado em João Pessoa (PB) e foi vocalista das bandas "Forró na Farra" e "Cavaleiros do Forró". Em 2015, entrou na carreira solo e, desde então, teve seis CDs gravados, mas ficou mais conhecido em todo o país no fim de 2018, com a música ‘Jeniffer’.

 

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