Negacionismo mata
Publicado em 15 de julho de 2021
Por Jornal Do Dia
Embora tenha enfrentado toda sorte de resis tência da parte da Presidência da República, como vem demonstrando o inquérito em curso no Senado Federal, a vacinação em massa sempre foi a única estratégia capaz de dar fim à pandemia. Prova disso, mesmo com todas as deficiências do Plano Nacional de Imunização, francamente capenga, as doses aplicadas no braço dos brasileiros já produzem reflexos estatísticos.
A vacinação dos brasileiros avança de modo desigual. Considerado todo o território nacional, o Brasil vacinou muito pouco – algo em torno de 15% da população. Em Aracaju, no entanto, quase metade dos cidadãos já receberam alguma dose da vacina. E a demanda por leitos diminuiu drasticamente.
Pela primeira vez, desde o início da pandemia, o otimismo ganha volume. O avanço da vacinação continua a reduzir a internação de pacientes com covid-19 em unidades de terapia intensiva (UTIs) no país. Pela primeira vez desde dezembro de 2020, nenhuma unidade da federação está com mais de 90% desses leitos ocupados.
O dado consta do Boletim Observatório Covid-19, divulgado ontem pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Segundo os pesquisadores, a vacinação tem feito diferença e traz reflexos positivos ao quadro pandêmico à medida em que é ampliada. Agora, imagine-se como a situação estaria melhor se o governo Bolsonaro não tivesse recusado de modo obstinado a oferta reiterada de vacinas. O negacionismo é tão letal quanto o mais letal dos vírus. Muitos, entre os mais de 500 mil brasileiros mortos, se foram à toa.