Padre Inaldo, prefeito de Socorro e candidato à reeleição
Padre Inaldo lembra que recebeu Socorro com R$ 200 milhões em dívidas
Publicado em 07 de novembro de 2020
Por Jornal Do Dia
Ex-militante paroquial, deputado estadual, comunista, e, hoje, liderança do Partido Democrático Trabalhista (PDT) no município sergipano de Nossa Senhora do Socorro, Inaldo Silva – eleito em 02 de outubro de 2016 como Padre Inaldo -, busca a reeleição enfrentando cenário adverso ao enfrentado quando optou por largar o mandato em que ocupava na Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (Alese), para pela primeira vez assumir um mandato em Poder Executivo. Em meio a suspeitas de ato infracional, cometido no contexto eleitoral durante o processo democrático deste ano, Inaldo conversou com o JORNAL DO DIA e optou por não falar sobre esse assunto. Também se esquivou quando questionado se está sendo vítima de armações provocadas por grupos opositores; sobre os administradores que comandaram a cidade antes de 2017, ele alegou apenas que assumiu o município com os cofres contabilizando 200 milhões em dívidas.
JORNAL DO DIA – Opositores indicam que a saúde pública está abandonada; não possuem remédios, bem como a política de combate à mosquitos – em especial o Aedes Aegypti – é inexistente. Procedem essas denúncias?
INALDO SILVA – A área da Saúde foi uma das que mais conseguimos avançar em Nossa Senhora do Socorro. Construímos a maior Unidade de Pronto Atendimento 24h do interior sergipano, que conseguiu diminuir em 30% a demanda de pacientes para o Hospital João Alves (HUSE). Além disso, ao longo desses três anos e 11 meses de trabalho, reformamos 19 Unidades Básicas de Saúde (UBS), e mais três estão em andamento e em breve serão entregues à população socorrense. Mas não foi só isso, duas novas Unidades também foram construídas e mais uma está em andamento. Reativamos o Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), além de termos promovido a modernização de sua estrutura e de todos os consultórios odontológicos do município, com a aquisição de cadeiras odontológicas e material de trabalho para os profissionais. Esse serviço estava inativo no município e era uma constante e justa reivindicação dos socorrenses. Resultado disso foi o reconhecimento do Conselho Federal de Odontologia (CFO) que nos premiou por oferecer a melhor saúde bucal do nordeste, entre os municípios com 100 a 500 mil habitantes. Neste mesmo período adquirimos cinco novas ambulâncias, com recursos próprios, além de duas vans, que auxiliam os serviços de Tratamento Fora do Domicílio e Combate ao Aedes Aegypti. Quem gerencia o combate é o Governo do Estado, o município dá um suporte, nesse sentido, nossos Agentes de Endemias trabalham diariamente no combate ao mosquito transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya, através de visitas domiciliares, bem como a aplicação de inseticida, através das bombas costais em regiões mais afetadas. O índice de infestação dessas doenças, de acordo com dados do Governo do Estado, é relativamente baixo em Nossa Senhora do Socorro, e é a Secretaria Estadual da Saúde (SES) que determina a rota dos "carros fumacê". Não se pode confundir o problema das muriçocas com a necessidade de combate ao Aedes. Já no tocante à suposta falta de medicação, o que existe de fato é um processo, que vai da licitação; passa pela relação entre o município e os fornecedores, até chegar ao abastecimento das farmácias das unidades de saúde. Problemas pontuais existem nesse processo, mas não tem como dizer que é um descaso ou uma situação generalizada. Eu acho bastante calunioso afirmar que "a saúde pública está abandonada" diante de tudo isso.
JD – Se comparado com a gestão anterior, os avanços em Nossa Senhora do Socorro foram polarizados?
IS – Nossa Senhora do Socorro é um município com 200 mil habitantes, as necessidades são muitas e diversas, no entanto, pela sua própria história de crescimento, a área social sempre necessitou de uma atenção especial. O município cresceu a partir de ocupações irregulares do território e também de projetos habitacionais que nem sempre trazem consigo a infraestrutura urbana, a exemplo do saneamento básico e a pavimentação de ruas. Então eu posso afirmar que os maiores desafios em minha experiência como gestor foram ligados à humanização dos serviços essenciais e ao fornecimento de ações que promovessem a qualidade de vida da população. Mas posso afirmar que não nos limitamos a isso, e mostramos trabalho em absolutamente todas as áreas.
JD – Pesquisas de intenção de voto indicam que o seu nome segue na liderança. Essa é uma comprovação do reconhecimento popular em torno do trabalho desenvolvido até o momento?
IS – Eu acredito que a população de Socorro tenha sentido a chegada de um novo tempo, de uma nova forma de tratar a administração pública, com responsabilidade, transparência e Deus no coração. Minha missão sempre foi cuidar das pessoas, seja como sacerdote na Igreja São João Batista, localizada no Conjunto João Alves, seja como deputado estadual; ou agora como prefeito. Meu coração se enche de orgulho quando vejo o quanto estamos conseguindo agregar pessoas ao nosso projeto e a nossa forma de governar. As pessoas sentem a verdade e sabem quem é do bem.
JD – Faltando menos de 10 dias para a eleição, como garantir aos moradores que as promessas realizadas em 2016 serão cumpridas em paralelo ao atual programa de governo em caso de reeleição?
IS – O nosso plano de governo para o próximo mandato é justamente dar continuidade às ações, programas e projetos que iniciamos e que já deram bons frutos nesses três anos e 11 meses de gestão. Não existe nada mirabolante, quem me conhece sabe que sou um homem simples e de palavra, só falo sobre o que eu posso fazer. Eu acredito plenamente que o melhor para Socorro é que possamos dar continuidade ao excelente trabalho que iniciamos.
JD – Qual cidade os socorrenses devem esperar para os próximos quatro anos?
IS – Uma cidade ainda mais humana e autônoma, na economia e na cultura. Nossa Senhora do Socorro merece se desenvolver ainda mais e acabar de vez com esse estigma de que somos uma "cidade dormitório". Nosso município tem muito potencial e capacidade de geração de emprego e renda, queremos que os socorrenses se qualifiquem cadas vez mais para que possam competir no mercado de trabalho, garantindo o sustento das suas famílias e a construção de uma carreira profissional de sucesso. Os projetos e a infraestrutura serão organizados para garantir que isso aconteça. Vamos continuar o nosso trabalho de forma a garantir que os socorrenses nasçam, cresçam e vivam felizes aqui.
JD – Dos setores administrativos realizados desde primeiro de janeiro de 2017, qual, ou quais, o senhor compreende a necessidade de melhorias?
IS – Em 2017 recebi a Prefeitura com uma dívida de mais de R$ 200 milhões, precisei negociar, parcelar e "Limpar o nome" do município para que fosse possível começar a trabalhar. Essa dívida comprometeu boa parte do nosso orçamento, em especial no primeiro ano, posso dizer que isso impediu que conseguíssemos realizar todos os projetos na área da infraestrutura que gostaríamos de ter feito. Mesmo sabendo que ainda existem grandes necessidades, ainda assim fizemos muito! Iniciamos o nosso projeto de cobertura de canais, pelo Conjunto Jardim, bem como a pavimentação, drenagem e esgotamento de todo o Loteamento Novo Horizonte. Pavimentamos 132 ruas dos conjuntos João Alves e Fernando Collor. Construímos dois novos espaços para receber as feiras livres do Marcos Freire II e João Alves. Reestruturamos a via de entrada, através da sede do município. E para além disso, executamos diuturnamente a manutenção das vias públicas, através de terraplanagem, calçamento e trocas de manilhas nas mais diversas localidades. Para o próximo mandato vamos ampliar ostensivamente esse trabalho, dando atenção especial às comunidade que atualmente apresentam às maiores necessidades.