Fogo em área da Caatinga em Canindé continua

Depois de 48 horas após  brigadistas voluntários  e agentes do Corpo de Bombeiros Militar (CBM/SE) terem iniciado os trabalhos de combate às chamas, ocorridas em uma área de caatinga, no município de Canindé de São Francisco, localizado no Sertão sergipano, na tarde de ontem ainda era possível observar focos do incêndio nas proximidades do Dique 4 da hidrelétrica Xingó, depois do Restaurante Karrancas – ponto de embarque e desembarque de catamarãs. De acordo com a Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) – responsável por administrar o local -, as dificuldades impostas pelo terreno e ambiente de caatinga têm contribuído para que o problema seja solucionado de forma mais breve. 
Paralelo às adversidades do solo e da onda de calor que predomina na região ao longo dos últimos meses, brigadistas voluntários indicam que a falta de equipamentos adequados ajuda a dificultar o trabalho visando apagar o fogo; diante do impasse operacional, o grupo de colaboradores faz uso de enxadas, jogando areia sobre as chamas. Uma medida arriscada, cansativa, e, que, segundo o coordenador Municipal da Defesa Civil de Canindé, Adilson Lima Damasceno, lamentavelmente apresenta um resultado positivo mesmo depois de dois dias de ação. Por parte da administração municipal existem críticas quanto ao apoio tático promovido pelo Corpo de Bombeiros. A Prefeitura de Canindé alega que apenas no final da manhã de ontem equipes do CBM chegaram ao local. 
"Desde o momento em que fomos notificados sobre esse incêndio, buscamos notificar a corporação, mas infelizmente sem sucesso. Até a noite de ontem [terça-feira (17)], não tínhamos recebido esse apoio, e o que podemos afirmar neste momento é que a união da vegetação seca, com a alta temperatura e os fortes ventos acabam contribuindo diretamente e sem piedade para a disseminação do fogo", declarou. Sobre essas queixas, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP/SE), informou ao JORNAL DO DIA que as equipes foram acionadas nas primeiras horas da manhã de ontem para seguir ao local do incêndio. O pedido oficial de apoio foi protocolado junto ao Centro Integrado de Segurança Pública (Ciosp 190). 
Com base em informações apresentadas por moradores e comerciantes da região, técnicos dos órgãos públicos de Meio Ambiente e Segurança Pública a creditam que o fogo foi iniciado ainda no sábado, e foi se alastrando aos poucos pela vegetação. Diante da ampla nuvem de fumaça que se formou apenas na manhã da última segunda-feira, o problema somente foi constatado dias após o seu início. Sem previsão de combate total das chamas, por parte dos peritos não há, também, consentimento quanto às possíveis reais causas do incêndio. A ação natural do homem, bem como a alta temperatura natural, estão entre as principais suspeitas. 
Ao JD, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Sergipe informou que apenas apresentará detalhes sobre o trabalho de combate a esse incêndio quando todos os focos estiverem oficialmente combatidos, com também, parte do solo seja resfriado a fim de minimizar as possibilidades de reativação das chamas. O relatório operacional deve ser apresentado em até 48 horas após a conclusão dos serviços na região diretamente atingida pelo fogo.