O ex-governador João Alves Filho
Quadro clínico do ex-governador João Alves é irreversível
Publicado em 24 de novembro de 2020
Por Jornal Do Dia
Com quadro clínico ir reversível, familiares do ex-governador do estado de Sergipe, João Alves Filho, começam a preparar as celebrações de despedida em público pelas ruas de Aracaju. As organizações fúnebres se fizeram necessárias após o último boletim médico apresentado pelo Hospital Sírio Libanês, em Brasília, na manhã de ontem (23), ter constatado quadro clínico extremamente grave, irreversível e com múltiplas gravidades. Internado desde o último dia 18 após sofrer mais um ataque cardíaco, João Alves Filho encontra-se com os rins parados, com outros órgãos entrando em colapso, e no último domingo (22), diagnosticado com Covid-19. Isolado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o paciente luta ainda contra o Alzheimer.
Emocionada, na manhã de ontem a esposa, senadora Maria do Carmo Alves – a qual é casada com João há 54 anos – lamentou o momento crítico o qual toda a família enfrenta, bem como enalteceu a necessidade ética em proporcionar total transparência para com o povo sergipano. Reconhecendo que a passagem do esposo pode ocorrer a qualquer instante, Maria declarou que a equipe médica conversou com os familiares e destacou que, em decorrência da infecção provocada pelo coronavírus, em caso de falecimento, o corpo deveria ser enterrado em até duas horas após deixar a unidade hospitalar; tempo insuficiente para transportar a urna fúnebre por meio de transporte terrestre até a capital sergipana.
"Não se pode transportar por avião; isso não é recomendado, e por terra não teríamos tempo para respeitar essas duas horas. Eu e meus filhos jamais aceitaríamos enterrá-lo em um estado que não seja a nossa terra, Sergipe. Por esse motivo, já estamos pensando em, ao notificar a passagem, iremos imediatamente realizar o procedimento de cremação para que possamos levar as cinzas para Sergipe, e poder realizar uma cerimônia digna e que ele tanto merece", declarou. Essa medida, apesar de consensual por parte de Maria e dos três filhos: Maria Cristina Alves, Ana Maria Alves e João Alves Neto, não é unificada. A irmã de João Alves, Marlene Calumby, defende que o corpo não seja cremado.
Para Marlene, o corpo deve desembarcar em Aracaju, mesmo que com o caixão duplamente lacrado. "Estamos nos tratando de uma personalidade que por muitos anos dedicou a própria vida para cuidar do povo sergipano; ele é peça fundamental na história do nosso estado. João Alves não pertence à família. João é do povo de Sergipe", declarou. Calumby, que trabalhou em todas as administrações governamentais comandadas pelo irmão, defende ainda que o sepultamento ocorra no túmulo do pai, o construtor João Alves. Também durante a manhã e tarde de ontem a filha, Ana Alves, fez um pronunciamento oficial anunciando que o coração permanece funcionando com a ajuda de aparelhos.
"Diante do quadro dele, é inevitável que comecemos a pensar nessas questões. O médico foi muito claro. Os rins dele estão parados e outros órgãos estão entrando em colapso. Meu pai, está ali preso a um aparelho. Por isso o coração dele está batendo. Por ser diagnosticado com Covid-19, um velório com o corpo de meu pai seria proibido. Minha mãe, a senadora Maria do Carmo, decidiu por cremar o corpo aqui mesmo em Brasília, para que a urna com as cinzas possa ser levada a Aracaju, onde aconteceriam as solenidades, mas não há nada definido", declarou Ana, a qual completou dizendo: "minha mãe está ouvindo opiniões dos familiares e dos amigos. Este é um momento muito difícil".