O reitor sumiu

A Universidade Federal de Sergipe passa por um dos pro cessos sucessórios mais tumultuados de sua história.  Não bastasse a acusação do  Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação da UFS (Sintufs), de que a eleição ignorou os ritos consagrados e, assim, desrespeita a vontade da comunidade acadêmica, há também a intervenção do governo federal. Dois episódios que seguem na contramão dos ventos democráticos.
O Diário da União desta segunda-feira (23) publica uma portaria do ministro Milton Ribeiro afastando o reitor Valter Joviano de Santana Filho e nomeando em seu lugar a professora Liliádia da Silva Oliveira Barreto. A alegação do MEC para não nomear um dos três eleitos para a lista tríplice é que o Ministério Público Federal abriu inquérito para apurar denúncia de irregularidade no processo eleitoral.
A confusão está armada. O sindicato já mencionado distribuiu nota, lembrando todos os vícios do processo, desde a eleição até a intervenção do Ministério da Educação. "Ao passar por cima da comunidade e dos conselhos para eleger seu sucessor, o atual reitor colocou toda a universidade sob o risco de uma intervenção, que se concretizou", argumenta o Sintufs.
A reitoria, por outro lado, informa que todos os esclarecimentos serão prestados ao MEC e ao Ministério Público Federal, de modo a reafirmar o compromisso com a transparência e licitude do processo de escolha dos integrantes da Lista Tríplice nos termos da legislação vigente e da Constituição Federal. 
"A UFS aguarda que a nomeação do Reitor para o ciclo 2020-2024 ocorra o mais breve possível, ao tempo que informa que não há interrupção das atividades da gestão superior da UFS, uma vez que os mandatos do ex-reitor e do vice-reitor não são coincidentes, estando, portanto, o professor Valter Joviniano de Santana Filho no exercício de reitor da UFS".
Difícil afirmar quem é o reitor da UFS hoje. Por certo, a fragilidade da instituição, tão cara aos sergipanos.