Retomada lenta
Publicado em 27 de novembro de 2020
Por Jornal Do Dia
Já virou lugar comum: a fim de insuflar algum otimismo no ambiente, diz-se a torto e direito que a crise vai passar. Ocorre que a declaração corresponde a um ato de fé, não é correspondida pelos números. Sergipe ainda acumula um saldo negativo de quase 8 mil postos de trabalho formais, ao longo de 2020.
A recuperação prometida pelos governantes se dá a passos de tartaruga. Análise realizada pelo Boletim Sergipe Econômico, parceria do Núcleo de Informações Econômicas da Federação das Indústrias do Estado de Sergipe (FIES) e do Departamento de Economia da UFS, com base nos dados do Novo Cadastro Geral de empregados e desempregados (Caged) da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia, revelou que houve saldo positivo de 3.523 vagas de emprego com carteira assinada no estado, em outubro deste ano. O saldo decorre da diferença entre 8.555 admissões e 5.032 desligamentos no período analisado.
A situação do mercado de trabalho local reflete um contexto mais amplo: Em âmbito nacional, observa-se a criação de novos postos de trabalho. Mas a retomada ainda é lenta, está muito aquém da exigência de 14 milhões de desempregados. A continuar nesse ritmo, o país não tem previsão para deixar o fundo do poço. O quadro é grave e, tudo indica, vai permanecer assim por muito tempo.
Antes da pandemia, os indicadores econômicos auferidos em Sergipe eram francamente insatisfatórios. A acentuação da crise, um dos efeitos colaterais mais perversos do coronavírus, contudo, empurra o estado para uma situação de penúria preocupante.