Milhares de sergipanos acompanharam durante todo o dia de ontem as cerimônias fúnebres em homenagem ao ex-governador, morto na semana passada
Policiais transportam urna com as cinzas do corpo do ex-governador João Alves Filho
Publicado em 01 de dezembro de 2020
Por Jornal Do Dia
Milhares de sergipanos acompanharam durante todo o dia de ontem as cerimônias fúnebres em homenagem ao ex-governador, morto na semana passada
Policiais transportam urna com as cinzas do corpo do ex-governador João Alves Filho
Milhares de sergipanos acompanharam durante todo o dia de ontem as cerimônias fúnebres que marcaram o fim das homenagens públicas destinadas ao ex-governador pelo estado de Sergipe, João Alves Filho. O líder do partido Democratas, que lutava desde 2018 contra o Alzheimer, no último dia 18 de novembro precisou ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio Libanês, em Brasília, depois de sofrer uma parada cardíaca. Na sexta-feira (20) foi diagnosticado com Covid-19, e aos 79 anos de idade teve seu falecimento oficializado pela equipe médica por volta das 22h30 do dia 24. Conforme anunciado pela família, às 11h30 de ontem uma aeronave comercial da Companhia LATAM trouxe à Sergipe uma urna contendo as cinzas do ex-governador.
Sem falar com a imprensa, a viúva, senadora Maria do Carmo Alves desembarcou acompanhada pelos filhos Maria Cristina Alves, Ana Maria Alves e João Alves Neto, onde foram recepcionados por demais familiares, amigos próximos, gestores públicos, empresários e representantes partidários; entre eles, o presidente nacional do DEM, Antônio Carlos Magalhães Neto, prefeito de Salvador/BA. Entre as personalidades sergipanas estavam: Belivaldo Chagas, governador do estado; Edvaldo Nogueira prefeito reeleito de Aracaju; o ex-governador Jackson Barreto de Lima; José Carlos Machado, ex-vice-prefeito durante a última passagem de João Alves pela Prefeitura de Aracaju (2013/2016); o professor reitor da Universidade Tiradentes (Unit), Jouberto Uchôa de Mendonça; o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (Alese), Luciano Bispo; e o deputado federal Laércio Oliveira.
Após receber as honras militares, a urna fúnebre foi posicionada em caminhão do Corpo de Bombeiros Militar (CBM/SE), onde transitou por pontos historicamente planejados e desenvolvidos durante a gestão pública de João Alves Filho. Nesse trajeto o cortejo passou, por exemplo, pela Orla de Atalaia, na zona Sul da capital, e pela ponte que interliga os municípios de Aracaju e Barra dos Coqueiros, e leva o nome do respectivo pai, Construtor João Alves, na zona Norte. Logo no início da tarde foram iniciadas as homenagens abertas ao público em geral, no Palácio Museu Olímpio Campos, Praça Fausto Cardoso, região central de Aracaju. Por volta das 17h um novo cortejo foi formado.
Por opção exclusiva da família, a urna seguiu até a Igreja Nossa Senhora Rainha do Mundo, no Conjunto Médici, novamente percorrendo ruas da capital, onde foram encerradas as homenagens com um ato religioso. Por contabilizar, hoje, sete dias da passagem espiritual, uma Missa da Esperança foi celebrada pelo Arcebispo da Arquidiocese de Aracaju, Dom João José da Costa, e contou com a concelebração dos Padres Marcelo, José Lima, Alailson (pároco da Igreja) e Valtervan. O ex-governador, que teve o corpo cremado no Cemitério Jardim Metropolitano em Valparaíso de Goiás, distante 40 minutos de Brasília, teve as cinzas devolvidas à família por volta das 20h30 de ontem. Pela Assessoria de Comunicação da família, não foi oficializado o destino das cinzas. "Perdemos um exemplo de gestor público que doa importantíssimos dias, meses e anos da sua vida para a administração de um estado, de um povo. João não foi apenas um ícone da política administrativa de Sergipe, ou mesmo um membro do PFL, e, hoje, DEM; na realidade ele sempre foi um professor para todos nós. Com o coração apertado me despeço desse nobre cidadão nordestino, mas fico feliz por tê-lo conhecido, e, em especial, por muitas vezes ter sido seu aluno", declarou ACM Neto, prefeito de Salvador. O JORNAL DO DIA lembra ao leitor que avô do prefeito soteropolitano – Antônio Carlos Magalhães – foi contemporâneo de João e histórico aliado político. Essa parceria rendeu no fortalecimento do antigo PFL no Nordeste.
"O estado de Sergipe segue em luto pela perda de um dos seus principais idealizadores no quesito obras públicas, valorização e defesa do povo sergipano. Esquecendo qualquer que seja as desavenças políticas partidárias, estamos reunidos para transmitir à família, todo o carinho possível. Jamais na história de Sergipe será aceitável esquecer de falar de um seleto grupo de administradores, formado, por exemplo, por Inácio Barbosa, Tobias Barreto, Marcelo Déda Chagas e João Alves Filho. O seu legado jamais será esquecido, e permanecerá contribuindo para o progresso de Aracaju e do estado de Sergipe", Belivaldo Chagas, governador de Sergipe. José Carlos Machado também conversou com o JD exaltou seu carinho por João Alves.
"Mais que um parceiro de campanha eleitoral, administrativo ou de debates gerais, João sempre foi um irmão para mim. Aquela típica figura humana em que a gente discute, bate boca, mas no final nos acertamos justamente por tão grandioso ser o respeito que por décadas nos interligou. Seria inoportuno e fora de nexo real dizer que estamos reunidos para nos despedir de João Alves, o João do povo; isso jamais vai acontecer porque ele estará sempre presente em cada canto de Aracaju; em cada município sergipano. Impossível esquecer esse legado, e esquecer que um dia na história tivemos um idealizador com o perfil e força para trabalhar chamado João Alves Filho", disse.