De cima para baixo
Publicado em 03 de dezembro de 2020
Por Jornal Do Dia
O Ministério da Educação voltou a entrar em con flito com a comunidade universitária. A razão, mais uma vez, tem motivação ideológica. Contrário às medidas de isolamento social que contém o contágio por coronavírus, o governo federal faz de tudo para superar a resistência residual de alguns poucos setores, que ainda permanecem com atividades presenciais suspensas. E as universidades estão justamente entre as últimas trincheiras com cacife para se opor ao negacionismo insistente do presidente Jair Bolsonaro. O conflito é declarado. Reitores de universidades federais não pretendem acatar a portaria do Ministério da Educação (MEC) que determina a volta às aulas presenciais nas instituições federais de ensino a partir de 4 de janeiro de 2021. A portaria foi publicada ontem no Diário Oficial da União. Como é de praxe no governo de turno, a decisão foi tomada sem qualquer espécie de diálogo com os maiores interessados, de cima para baixo.
Tudo indica, a intenção é mesmo a de soterrar a resistência da comunidade acadêmica. É desse modo que o texto também revoga a permissão para que as atividades on-line contem como dias letivos, o que é autorizado até dezembro de 2020.
Os reitores defendem que o retorno presencial só deve ocorrer se a situação local da pandemia permitir, e se houver segurança para garantir que não haja aumento nas transmissões do coronavírus. Infelizmente, o presidente brasileiro já deixou claro que os 180 mil mortos pelo Covid-19 não tiram o seu sono, ele está se lixando para a preservação de vidas.