Caso Chelton: policial que atirou será indiciado por dois crimes
Publicado em 05 de dezembro de 2020
Por Jornal Do Dia
A Polícia Civil vai indici ar o policial militar acu sado de atirar contra duas pessoas durante uma briga na Avenida Caçula Barreto, no Conjunto Augusto Franco (zona sul), em 15 de novembro deste ano. O crime resultou na morte de Chelton Luiz Santos, 28 anos, que passou 10 dias internado no Hospital de Urgência João Alves Filho e não resistiu ao tiro que o atingiu no pescoço. Além da morte de Chelton, um amigo da vítima foi perseguido pelo suspeito e foi baleado de raspão na orelha.
O delegado Mário de Carvalho Leony, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), confirmou que vai indiciar o militar pelos crimes de tentativa de homicídio e homicídio doloso com dolo eventual. Em entrevista publicada pelo Portal Infonet, Leony explicou que o militar assumiu o risco de balear pessoas na rua no momento em que sacou a arma e atirou contra um casal envolvido em uma briga com sua namorada, durante a festa de comemoração de um candidato a vereador do conjunto.
Na ocasião, Chelton teria ido tentar separar a briga do casal de amigos, mas acabou baleado. Imagens de um circuito interno de TV mostraram o momento em que o policial corre atrás da vítima que sobreviveu e atira pelo menos três vezes contra ela. Ainda conforme o delegado, o inquérito policial sobre o caso deve ser concluído e remetido à justiça até a próxima semana. Com isso, o suspeito poderá ser submetido a júri popular, caso a denúncia seja aceita pela Justiça e pelo Ministério Público.
O crime provocou protestos de amigos e familiares de Chelton, que não tinha qualquer envolvimento com crimes e era muito bem quisto pela comunidade do bairro. A família teme que o crime fique impune pelo fato de o autor do crime ser um militar, e porque ele não foi preso logo após o fato. O militar se apresentou dois dias depois, prestou depoimento e responde ao inquérito em liberdade. O caso também é acompanhado pela Corregedoria da Polícia Militar, que deve aguardar a conclusão da investigação.