Testes mostram que professor é mais contaminado dentro de escola
Publicado em 15 de dezembro de 2020
Por Jornal Do Dia
Um levantamento parcial realizado pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), revela que os professores da rede estadual de ensino aparecem como as principais vítimas da nova onda de contaminação provocada pelo novo coronavírus. Essas informações foram apresentadas na tarde de ontem durante entrevista coletiva realizada no Centro Administrativo da Saúde, em Aracaju. Até o momento, dos 28 municípios amplamente testados pelos profissionais, oito surgem na faixa vermelha de índice de contaminação. Para apurar com fidelidade o grau de infecção dentro da comunidade escolar, os testes foram aplicados em quatro grupos: professores, gestão e direção, demais funcionários, a exemplos dos vigias e profissionais de limpeza e, por fim, os alunos.
Os dados, mesmo que parciais, coincidem com os consecutivos monitoramentos promovidos desde o último mês de abril pela direção executiva do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica do Estado de Sergipe (Sintese). No contexto apresentado pela UFS/SES, seguindo na contramão das perspectivas elaboradas pelos próprios especialistas, os estudantes compõem o grupo de menor contaminação. Até a próxima segunda-feira (21), ao menos mais sete municípios sergipanos serão analisados e terão os resultados divulgados em seguida. De acordo com o doutor em Bioquímica Toxicológica e especialista em Análises Clínicas, e coordenador das análises, Lysandro Borges, os municípios que apontaram situação agravante, são: Campo do Brito, Tobias Barreto, Itabaiana, Lagarto, Simão Dias, Capela, Ribeirópolis e Japaratuba.
"Nesse primeiro momento, estamos observando que do contrário que a gente imaginava, os estudantes são os menos contaminados entre os grupos. Um motivo pelo qual esse resultado pode ser justificado é a permanência da classe estudantil em casa, enquanto os integrantes dos outros grupos, os professores, gestão e direção e demais funcionários, precisam resolver coisas na rua, como por exemplo, fazer compras. Eles acabam se expondo mais, e, por esse e alguns outros motivos, eles acabam se deparando mais com a vulnerabilidade imposta pelo vírus", declarou. Entre os municípios atualmente pertencentes à faixa amarela estão: Umbaúba, Estância, Aracaju e Itabaianinha; completando a lista, os dois municípios com registro de queda no registro da doença são: São Cristóvão e Laranjeiras.
Para conter o aumento dos casos dentro do território escolar, em especial nas unidades que recebem jovens em preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM/2020), o professor destaca a continuidade do uso de máscaras, higienização frequente das mãos, e manutenção da distância social de 1,5 metros. "O que mais nos dói são as falas divulgadas nas redes sociais inverídicas. Isso só gera medo, insegurança e aflição nas escolas. A gente só pede que as pessoas tenham paciência e responsabilidade. Só temos a agradecer aos professores, ao Sintese. Não somos nem contra e nem a favor, o que estamos fazendo é um trabalho sério para dar um panorama ao gestor de quais as escolas têm condições de retornar e quais as que precisam esperar mais um pouco. Estou observando que as escolas estaduais estão com um protocolo muito mais rígido do que o comércio", destacou.