Respeito à vida
Publicado em 07 de janeiro de 2021
Por Jornal Do Dia
A vida dos outros não é brinquedo. O aumento exponencial do número de trotes verificado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), contudo, depõe contra a civilidade e empatia dos brasileiros. Ano passado, somente em Sergipe, foram registrados mais de 100 mil.
Quando a natureza do serviço prestado pelas unidades que operam o sistema é levada em consideração, fica mais fácil dimensionar o grau de irresponsabilidade daqueles que deslocam as equipes sem motivação justa. Trata-se de correr contra o tempo, nem mais nem menos, a fim de salvar vidas.
O Samu 192 está presente em todos os estados brasileiros, operando 163 Centrais de Regulação Médica que abrangem 1.736 municípios. De acordo com os dados fornecidos pelo Ministério da Saúde, cerca de 115.576.694 de habitantes possuem acesso ao serviço, cifra que corresponderia a 60% de cobertura da população.
Os serviços prestados pelo Samu não interferem somente na vida dos socorridos. A redução do número de óbitos, do tempo de internação em hospitais e das sequelas decorrentes da falta de socorro precoce, consequência imediata provocada pela expansão de suas unidades, ajudam a minimizar os custos estratosféricos do Sistema Único de Saúde. Essa única observação demonstra a importância do Samu para o conjunto da sociedade, sem distinção.
Brincadeira tem hora. Faltam campanhas educativas, ressaltando os prejuízos derivados do trote aplicados aos serviços de resgate e urgência, além do respeito ao bem comum. Seria muito bom que as crianças aprendessem logo cedo a importância da vida e, sobretudo, o que está em jogo quando a sirene de uma ambulância pede passagem nas ruas.