Briga em quiosque na Cinelândia termina com três presos
Publicado em 12 de janeiro de 2021
Por Jornal Do Dia
Gabriel Damásio
Pelo menos três pessoas foram presas na tarde deste domingo, depois de uma grande confusão ocorrida em um quiosque da praia da Cinelândia, na Orla da Atalaia (zona sul de Aracaju). Segundo informações da Polícia Militar, o tumulto foi causado por um grupo de frequentadores que teria se recusado a pagar a conta do que consumiu no bar. O incidente repercutiu por causa de imagens gravadas por testemunhas em redes sociais, que mostram pelo menos um homem e duas mulheres quebrando mesas e cadeiras na estrutura de uma barraca.
A PM informou que duas equipes do Batalhão de Polícia de Turismo (BPTur) foram acionadas por volta das 17h, quando quatro pessoas denunciaram o furto de um celular dentro da barraca. Só que, na chegada, o dono do quiosque procurou os policiais e disse que os frequentadores estavam tentando sair do bar sem pagar pelos produtos consumidos. Conforme o relato da PM, os reclamantes ficaram agressivos e começaram um quebra-quebra, atirando objetos e as mesas. Em seguida, eles "incitaram a violência para inflamar o público presente e destruíram tudo dentro do bar".
Com o início do tumulto, os policiais prenderam três envolvidos no quebra-quebra, que ao serem detidos, chamaram os militares de vagabundos, os xingaram com palavrões, fizeram-lhes ameaças e tentaram agressões físicas. Os policiais reagiram com o "necessário uso progressivo da força, para conter a fúria dos indivíduos" e algemaram os suspeitos. Eles foram levados à Central de Flagrantes, no Santos Dumont (zona norte), e autuados por desordem e desacato. Outras duas pessoas, qualificadas como duas vítimas, também foram levadas para prestar depoimento.
Também circulou um segundo vídeo, registrando outra confusão na Cinelândia que teria ocorrido no mesmo domingo. A gravação mostra um grupo de pessoas que corria de vários rapazes que trocavam socos e chutes. Um deles bate no seu oponente com um coco. O detalhe é que tudo acontece ao som de um paredão de som que tocava pagode em som alto. E uma mulher parece não se importar com a briga, voltando a dançar enquanto o tumulto se desenrola atrás dela.
As imagens despertaram uma série de reclamações de frequentadores, que se queixam da presença de usuários de drogas e da desorganização nas barracas na praia. Eles relatam que alguns deles intimidam os frequentadores e provocam brigas para não pagar as contas. Uma das mensagens chama o local de "Cinelombra", trocadilho do nome da praia com o apelido dado ao cheiro de maconha. "Uma área que era a mais decente pra ficar com a família ali na Atalaia. Agora com esse monte de bares, funk o dia todo, prostituição e drogas a céu aberto. Não respeitam quem está perto.Fumam e cheiram na mesa ao lado de famílias com crianças. As meninas de fio dental quase transando ao nosso lado. Um som perturbador o dia inteiro. É preciso impor regras na região", protesta um frequentador.
A BPTur informou que duas viaturas fazem um patrulhamento diário na região da Orla, e que a unidade atendeu a 185 ocorrências na região ao longo do mês de dezembro. Boa parte delas se refere a porte, uso e tráfico de drogas. O batalhão informou que o trabalho vem sendo reforçado com equipes de outras unidades ligadas ao Comando de Policiamento Militar da Capital (CPMC), em ocasiões de grande movimento.
Já a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), responsável pela administração da Orla, diz que sua função é organizar os espaços públicos e que está realizando o levantamento e cadastramento de comerciantes e ambulantes de toda a extensão da Orla. De acordo com a repartição, "é este levantamento minucioso com cadastramento e posteriormente a entrega de permissões que resultará na devida organização" do espaço público.