PESQUISA FOI DIVULGADA PELO CONSELHO DE SECRETÁRIOS DA FAZENDA
Sergipe tem a quarta gasolina mais cara do Nordeste
Publicado em 22 de janeiro de 2021
Por Jornal Do Dia
Milton Alves Júnior
No ranking que envol- ve o preço da gasolina no Nordeste brasileiro, dos nove estados territoriais, o estado de Sergipe aparece na quarta posição, ao repassar para o consumidor o litro do combustível por R$ 4,66. Valor considerado abusivo por proprietários de automóveis, mas que, conforme antecipado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), esse preço deve sofrer novos reajustes até este final de semana. O acréscimo ocorre em virtude de na última terça-feira, 19, as refinarias terem sido impactadas com um aumento real de 8%. Sobre o primeiro aumento registrado este ano, a direção do Sindicato dos Postos de Combustíveis acredita que todos os 300 estabelecimentos cadastrados em Sergipe devem estar com as tabelas reajustadas em até 30 dias.
Na cotação regional, o Confaz revelou que o estado de Alagoas protagoniza a liderança, com o valor de R$ 4,91; em seguida surge o estado do Rio Grande do Norte, com R$ 4,88; Piauí, R$ 4,71; Sergipe; seguido pelo estado do Maranhão, com R$ 4,63; Ceará, R$ 4,60; Pernambuco, R$ 4,60; Paraíba, R$ 4,51; e finalizada com o estado da Bahia, R$ 4,40. O fato curioso nesse levantamento é que a menor unidade federativa do país encontra-se entre os estados nordestinos com o menor, e o maior valor repassado aos consumidores. Para Luís Moura, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), esse acréscimo reflete na queda das vendas registradas entre os meses de abril e setembro do ano passado.
"Com o fechamento do balanço anual, referente a todo o período de 2020, foi possível observar que em todos os 75 municípios sergipanos houve uma queda significativa na compra e venda de combustíveis como gasolina e etanol. A mais adquirida, a gasolina, por exemplo, registrou uma queda de 7,9%, enquanto o consumo do etanol foi ainda maior, de 19%. Isso naturalmente ocorreu em virtude da gradual redução dos deslocamentos para o trabalho, ambientes estudantis e demais demandas diárias", avaliou. Em termos percentuais, o reajuste mais recente repassado para as refinarias, e, provavelmente, aos milhões de cidadãos consumidores, foi de R$ 0,15. A perspectiva é que o aumento ocorra conforme os estoques sejam renovados nas bombas.
"Isso deve ocorrer não de forma pontual e simultânea em todos os postos de combustíveis. Aqueles que haviam mais em seus reservatórios, tendem a repassar o reajuste mais tardiamente se comparado aos estabelecimentos que possuíam menos. Esse repasse já é visto em alguns postos, mas provavelmente se torne uma realidade geral e indesejada pelos consumidores até o final da próxima semana", completou Luís Moura. Nas ruas o nível de insatisfação já é predominante entre os consumidores e moradores da região metropolitana de Aracaju. Motorista de aplicativo, Maurício dos Santos lamenta o novo aumento, e defende a necessidade de mobilizações públicas a fim de pressionar o governo federal a reduzir as tarifas repassadas às refinarias.
"A corda sempre arrebenta para o lado mais fraco, não é mesmo? É inadmissível que vivamos em um país símbolo e rico na exploração do petróleo, e mesmo assim pague quase R$ 5 pelo litro da gasolina. Isso é inadmissível e precisamos nos mobilizar para pressionar e protestar contra esse governo fascista que aí está. Não quero entrar no assunto político para não politizar, apenas sou um defensor de alguma medida emergencial para estabilizar e declinar esses aumentos nos combustíveis", declarou.