Polícia começa a investigar assassinato de transexual
Publicado em 10 de fevereiro de 2021
Por Jornal Do Dia
Milton Alves Júnior
Foi sepultado na manhã de ontem o corpo da adolescente transexual, Natasha Santos, de 16 anos. Em meio a protestos e pedidos de justiça, a cerimônia fúnebre aconteceu na casa da avó, no Conjunto Marcos Freire II, em Nossa Senhora do Socorro, região metropolitana de Aracaju. Conforme consta no relatório apresentado pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP/SE), assinado por peritos do Instituto Médico Legal (IML), o corpo foi encontrado por populares em um terreno baldio localizado no bairro Coroa do Meio, região Sul da capital sergipana. O velório foi realizado com o caixão fechado em decorrência de o corpo da vítima apresentar diversas marcas de violência, bem como o rosto parcialmente desfigurado.
A SSP disse ainda que as investigações estão sendo conduzidas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP); durante o período de análises, amigos próximos deverão ser intimadas para auxiliar na execução do inquérito policial, a fim de identificar os autores dos crimes, e fazer valer o pedido de justiça reforçado pelos amigos e familiares.
Para o setor de inteligência da Polícia Civil, nesse primeiro momento de análises técnicas não existem dúvidas as quais indicam que Natasha Santos, antes de morrer, foi torturada por uma ou mais pessoas. Qualquer informação que possa ajudar a elucidar o crime pode ser repassada de forma anônima através do Disque Denúncia 181. O pedido de colaboração popular também tem sido defendido por integrantes da Associação e Movimento Sergipano de Transexuais e Travestis (Amosertrans); a vereadora Linda Brasil, que também busca contribuir com as investigações, enalteceu que há dois meses Natasha havia sofrido uma tentativa de homicídio. Informação compartilhada pela irmã da vítima, Adriana Santos, na tarde da última segunda-feira, 08.
"Na primeira vez ela conseguiu se livrar dos assassinos, torturadores, porque outras mulheres trans acabaram se unindo e impedindo a aproximação do agressor. Foi um susto superado, mas que voltou a se tornar pesadelo nesse final de semana, em Aracaju. Nossa luta é diária, e precisamos urgentemente de políticas públicas que protejam os grupos vulneráveis. Não podemos continuar perdendo pessoas e assistindo famílias sofrerem devido ao ódio", protestou a parlamentar. Sobre o motivo do crime, a família suspeita que a jovem tenha sido vítima da disputa por ponto de prostituição ou ainda de um assalto. Informações que possam levar os investigadores até os suspeitos também podem ser apresentados através do Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp 190).