Todos no mesmo barco
Publicado em 03 de março de 2021
Por Jornal Do Dia
Os endinheirados brasileiros não querem es perar pelo governo federal. Colocaram a aqui sição de vacinas por entre privados em pauta, a fim de acelerar o Plano Nacional de Imunização. Ontem, receberam o primeiro sinal verde do poder legislativo, em Brasília. O projeto caminha a passos largos.
A iniciativa tem mérito. A Câmara já aprovou o texto-base do projeto que permite a compra de vacinas contra a Covid-19 pela iniciativa privada, desde que elas sejam autorizadas pela Anvisa e doadas integralmente ao SUS (Sistema Único de Saúde) para uso no Programa Nacional de Imunização enquanto grupos prioritários estiverem sendo vacinados. Ao fim desta etapa, o setor privado poderá comprar, distribuir e administrar vacinas, sob a condição de doar pelo menos metade ao SUS. O restante precisa ser utilizado de forma gratuita e não poderá ser comercializado.
Os empresários se deram conta de que o negacionismo renitente do presidente Jair Bolsonaro é nocivo para todo mundo. Sob o seu suposto comando, os brasileiros navegam à deriva na pandemia, estão todos no mesmo barco furado.
De fato, algo precisava ser feito. A depender do governo Jair Bolsonaro, a pandemia nunca terá fim. Não se trata aqui de promover alarme, amparado em conjecturas catastróficas, alheias aos dados disponíveis. Mas de um cálculo bem fundamentado, atento às leis imutáveis da boa e velha matemática. No ritmo atual, a imunidade de rebanho alardeada pelo presidente desde o primeiro dia da crise sanitária, a fim de condenar as medidas de isolamento adotadas por governadores e prefeitos, só será alcançada daqui a três anos, em 2024.
A Câmara dos Deputados acerta. O Brasil está à beira do colapso. No caos, toda ajuda é bem vinda.