Quinta, 16 De Janeiro De 2025
       
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A cidade num refrão


Publicado em 19 de março de 2021
Por Jornal Do Dia


A gente era feliz. E bem o sabia

Rian Santos

Última quarta-feira,  quando completou  166 anos, a capital sergipana foi cantada em prosa e verso. O amigo Luciano Correia, presidente da Funcaju, foi às redes sociais com o refrão de Paulo Lobo ao fundo, a fala embargada pelos eflúvios da ocasião, o peito estourando de alegria, cheio de amor por Aracaju e os artistas que significam as esquinas da cidade. 
Nada mais justo. Convém sublinhar, no entanto: Muito popular, ‘Ruas de Ará’ é mais uma entre tantas canções atentas às feições da aldeia. E boa parte delas foi lembrada, então.
Irmão e Alcides Melo cantaram o lado B da cidade, como mais ninguém. De bem com a vida, Ismar Barreto louvou a brisa leve que sopra nos botecos, à beira mar. O pessoal do Samba de Arnesto pegou o tom e realizou uma leitura mezzo autoral, repleta de frescor, transportando o afã de viver Aracaju para os dias de hoje. O conjunto Cataluzes aconselhou a fruição do horizonte aberto à vista, "mirando as ondas do mar".
Mais recentemente, Deilson Pessoa evocou a experiência de brincar o carnaval no Rasgadinho com uma marcha esperta. Também nomeou a Véia do Shopping, o último tipo urbano a perambular por estas plagas, dando vazão à verve de cronista que lhe cai tão bem. Tocou até enjoar, nos bons tempos da Aperipê. Mas permanece em falta com as plataformas de streaming.
Entre os mais novos, consta a grata surpresa de uma estréia feliz: Um tal Mildes jogou o clipe do single ‘Como se fosse um cordel’ no YouTube, sob o pretexto de anunciar o lançamento de um EP, em breve. Começou bem. A cantora e compositora Rebeca Vieira, recém chegada à terrinha, lançou ‘Maracaju’, uma afirmação vital, praieira, com letra deste escriba e arranjo do sete cordas Ricardo Vieira. Eu sou suspeito, mas recomendo a música, mesmo assim.
Por fim, resta a síntese realizada no auge da naurÊa, quando tudo parecia possível e a música pop Serigy chegou a reverberar mundo afora, ganhando ares de mainstream. A gente era feliz. E bem o sabia. Hoje, em plena pandemia, durante aniversário tão triste, ninguém dança ciranda, não há consolo possível, nem nos versos de ‘Bomfim’.

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