Pastor nega acusações de assédio e critica ataques à igreja
Publicado em 14 de abril de 2021
Por Jornal Do Dia
Gabriel Damásio
Em um vídeo de oito mi nutos, divulgado ontem pelas redes sociais da Igreja do Evangelho Quadrangular, em Aracaju, o pastor Luiz Antônio da Silva, supervisor estadual da denominação, falou sobre as acusações de assédio sexual feitas contra ele há cerca de um mês, em um dossiê entregue à Polícia Civil pelo chamado "Movimento Púlpito Renovado". O religioso, que chegou a chorar durante o pronunciamento, classificou as acusações como "absurdas" e disse estar à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos.
A denúncia é apurada pelo Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), que abriu inquérito e está ouvindo algumas testemunhas. O também pastor Maurício Romero, que se apresenta como líder do movimento, alegou em entrevistas que as denúncias apresentadas são graves e envolvem episódios de assédio, mensagens e até vídeos com conteúdo pornográfico. Os nomes dos acusados não foram confirmados, pelo fato de o caso estar sob sigilo, mas algumas das supostas vítimas e integrantes do próprio movimento vêm citando o nome de Luiz Antônio como o principal suspeito dos abusos.
No vídeo, o pastor lembrou que ele e seu filho, o também pastor Lucas Abreu, começaram "a ser atacados por acusações absurdas" enquanto Luiz ainda estava internado em um hospital, se recuperando de complicações do coronavírus, e que continuou em silêncio mesmo após receber alta, sob orientação jurídica e "aguardando o momento certo para se pronunciar". No entanto, Luiz Antônio decidiu falar após um incidente ocorrido no último domingo, quando uma carreata de protesto se concentrou em frente à sede da Igreja Quadrangular, no Jardins, e alguns manifestantes fizeram críticas diretas ao pastor. Durante o ato, houve tumulto e agressões físicas entre um diácono da igreja e um repórter de rádio que filmava o protesto.
"Para o meu espanto, para minha profunda tristeza, a igreja do Senhor Jesus Cristo começou a ser atacada. Sabe o dia que escolheram para esse ataque? O dia da Santa Ceia do Senhor. Vieram à frente da Nossa Igreja, da Igreja do Jardins, Igreja sede, com palavras ofensivas. Eu não estou dizendo que não houve respeito a mim, que seja, que falem de mim, do meu filho, mas desrespeitar o culto ao Senhor, desrespeitar os irmãos, irmãos que foram agredidos verbalmente e fisicamente? Onde? Na Igreja! Esse foi o ambiente procurado por eles, quem que se apresenta em nome de Deus teria a intenção de atrapalhar um culto a Deus?", questionou Antônio.
O religioso disse ainda que pretende trazer "a verdade dos fatos à tona" e que não ficará em silêncio diante dos ataques à igreja e pretende. E confirmou que quer voltar a fazer pregações em breve. "Nós não podemos nos calar quando nosso direito de cultuar o nosso Deus, que pela graça do próprio Deus, é garantido na Constituição do nosso país. Isso não pode ser afetado. E para o nosso espanto, afetado por pessoas que se dizem de Deus. Eu ainda estou me recuperando, mas estou voltando forte, para pregar a palavra de Deus e continuar alcançando milhares de vidas neste estado, que é o que eu fiz durante 25 anos de ministério no estado de Sergipe", concluiu.
Em nota, a IEQ Sergipe disse que "está acompanhando, com atenção e desde oinício, os procedimentos investigativos sobre notícias de supostas condutasimpróprias, que teriam sido atribuídas a pastores pertencentes a seu quadro, eaguarda a conclusão dos mesmos para, então, atuar com todas as medidas queforem pertinentes, inclusive, quanto à preservação da sua credibilidadeinstitucional de 47 anos perante a comunidade sergipana".