Sintomas
Publicado em 06 de julho de 2021
Por Jornal Do Dia
Nunca será demais lembrar: O pagamento de auxílio emergencial, com o objetivo de miti gar os efeitos deletérios da pandemia na mesa dos brasileiros mais pobres, é concedido apesar de Bolsonaro. Tanto o presidente, quanto o ministro Paulo Guedes, sempre fizeram questão de sublinhar o custo elevado do benefício. A julgar pelo que dizem, os indicadores econômicos são mais importantes para eles do que as pessoas de carne e osso.
Ontem, o presidente Jair Bolsonaro assinou decreto que prorroga o pagamento do auxílio por três meses. Com isso, o benefício, que seria extinto agora em julho, será estendido até outubro. No entanto, somente com a publicação do ato no Diário Oficial da União, se saberá com quanto dinheiro efetivamente os beneficiários poderão contar.
O auxílio emergencial vem sofrendo cortes, desde a sua aprovação – uma vitória da Câmara dos Deputados. Segundo o Palácio do Planalto, é impossível bancar o benefício sem quebrar o País. No mês passado, o ministro Paulo Guedes informou que o custo mensal do programa, que paga um benefício médio de R$ 250 por família, é de R$ 9 bilhões.
Triste é perceber que o debate sobre a criação de uma renda básica universal não prosperou, nem encontra um ambiente de discussão favorável – não durante o governo de turno. O auxílio emergencial será prorrogado, sim. Mas ainda em caráter de emergência. Como se o desemprego, informalidade e a pobreza extrema não fossem uma realidade já antiga, bastante próxima dos brasileiros, mas um inesperado sintoma do vírus.