Justiça rejeita parte das acusações contra Lucas Abreu
Publicado em 15 de julho de 2021
Por Jornal Do Dia
O juízo da 9ª Vara Crimi nal de Aracaju decidiu não acolher duas das quatro acusações apresentadas pelo Ministério Público contra o pastor evangélico Lucas Abreu, acusado por supostos abusos sexuais contra mulheres que frequentavam sua igreja. A decisão judicial foi despachada no começo desta semana e confirmada ontem pelo advogado de defesa do religioso, Aurélio Belém. Esses quatro crimes tinham sido resultado em indiciamentos em inquéritos policiais feitos pela Polícia Civil, a partir de denúncias feitas pelo Movimento Púlpito Renovado.
Segundo Aurélio, a recusa do juízo se deu por decadência, isto é, a perda do direito de representação criminal por parte das supostas vítimas, já que os supostos fatos teriam acontecido há cerca de 10 anos. Os outros dois crimes denunciados pelo MP foram considerados supostos crimes de menor potencial ofensivo, e, de acordo com a defesa, serão julgados pelo Juizado Especial Criminal.
No caso do pastor Luiz Antônio, também acusado de crime sexual, foram feitas oito denúncias, no entanto, conforme a defesa, apenas um indiciamento foi apresentado pelo promotor responsável pelo caso. "Este indiciamento, que é apenas uma conclusão da delegada, está sob análise do MPE para decidir se vai arquivar por entender que não há crime, e essa é a nossa expectativa, ou se vai pedir novas diligências investigativas, como ouvir novas pessoas, ou se vai oferecer a denúncia e iniciar o processo penal, se esta for aceita pelo juízo. São esses os três caminhos que o MPE pode tomar", explicou o advogado, que informou ter apresentado novas provas que desmentem a ocorrência destes crimes.
A investigação da Polícia contra Lucas Abreu se baseou nos relatos de vítimas que eram adolescentes quando os crimes teriam sido praticados. Na época, o pastor atuava como líder do grupo do qual as vítimas faziam parte na igreja. Já quanto ao pastor Luiz Antônio, sete supostas vítimas denunciaram os crimes – um deles prescreveu porque teria ocorrido em 2010 e em outros três foram identificados pela polícia indícios que poderiam configurar conduta criminosa. A defesa dos pastores afirma que não há qualquer crime com relação a ambos. Já o Ministério Público pode recorrer da decisão de primeira instância.