Crise energética
Publicado em 24 de julho de 2021
Por Jornal Do Dia
De um jeito ou de outro, energia não vai faltar. As previsões do Operador Nacional do Siste ma Elétrico, contudo, passam longe de tranquilizadoras. A bem da verdade, as projeções confirmam a permanência de uma crise já antiga, relacionada à falta de diversidade da matriz energética brasileira.
Embora reconheça a delicadeza da situação, o ente federal se diz preparada para evitar o pior. De modo imediato, o governo pode acionar as usinas termelétricas, apesar do custo elevado. Além disso, a ONS não descarta a importação de energia, em um cenário de "esgotamento de praticamente todos os recursos". Mas chegar a tal ponto, em um país com o potencial energético do Brasil, é como reconhecer o fim do mundo.
O estudo considerou um aumento crescente das atividades de comércio e serviços daqui para frente, o que traz consigo uma maior demanda de energia. Nesse contexto, a tendência é haver uma redução nos níveis de armazenamento no final do período de seca. Com o devido investimento em outras fontes, além das hidrelétricas, no entanto, o desejável aquecimento da economia não causaria qualquer preocupação neste sentido.
A escassez de chuvas não é nenhuma novidade. Há anos, justamente entre junho e agosto, os índices de precipitação na cabeceira das bacias hidrográficas deixam muito a desejar. Se o setor elétrico nacional fosse mesmo "robusto e seguro", como afirma a ONS, as autoridades não estaria com os olhos espetados nas nuvens. O problema já teria sido resolvido, apesar dos desequilíbrios ambientais.