Petroleiros contestam suspensão de fornecimento de gás ao Nordeste
Publicado em 07 de agosto de 2021
Por Jornal Do Dia
A Federação Única dos Petroleiros (Fup) estuda como tomar medidas judiciais contra mais uma decisão considerada arbitrária da atual diretoria da Petrobras. Desta vez, a decisão da petroleira atinge em cheio a região Nordeste que poderá ter a oferta de gás suspensa.
"A suspensão da oferta de gás ao Nordeste pela Petrobras reforça ‘privatização aos pedaços’ e monopólio privado na região", disse o coordenador geral da Fup, Deyvid Bacelar. Segundo ele, com gás natural sendo reinjetado pela Petrobras por falta de mercado, não há razão econômica para empresa não mais abastecer as distribuidoras do Nordeste a partir de 2022. A Federação pretende tomar medidas judiciais contra a decisão da atual gestão da petroleira.
"Mais uma vez, o que vemos é uma atitude da gestão da Petrobras de reduzir uma empresa gigante, controlada pelo Estado, a um tamanho ínfimo, sob uma justificativa infundada de redução de endividamento. Assim, vai se confirmando a teoria da ‘privatização aos pedaços’ da Petrobras. Estão pegando uma mansão e quebrando suas janelas, suas paredes, tirando tudo o que ela tem dentro. Vão deixar somente um telhado, que não vai ser suficiente para proteger o caixa da empresa", manifestou a Fup em comunicado nesta terça-feira.
Duas distribuidoras de gás canalizado do Nordeste – A Bahiagás, da Bahia, e a Sergás, de Sergipe – manifestarem-se contrárias à venda da Gaspetro à Compass Gás e Energia, do grupo Cosan. Bahiagás e Sergás decidiram exercer seu direito de preferência na compra da parte da Gaspetro em seu quadro acionário, para evitar que a Compass exerça qualquer poder sobre as empresas. "Curiosamente, no dia seguinte a esse anúncio a gestão da Petrobras decide cortar o suprimento de gás natural para o Nordeste a partir de 2022 – ou seja, daqui a cinco meses", citou no comunicado a Fup.
Como anunciado pela Petrobras, a Gaspetro será vendida para a Compass por R$ 2,03 bilhões.