HERMES FONTES POR ADAILTON ANDRADE
Publicado em 14 de agosto de 2021
Por Jornal Do Dia
Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos
Há pouco menos de um mês, eu tive a honra de publicar um livro com a escritora Ana Maria Fonseca Medina, uma narrativa histórica e memorialística dos 150 anos da Paróquia de Senhora Sant´Ana do Boquim. A honra me colocou na condição de pareiro de um dos maiores nomes da "cidade da laranja", berço de personalidades significativas da política, mas sobretudo da cultura e da literatura, onde minha confreira de Academia Sergipana de Letras e, acima de tudo, amiga fraterna aponta como um de seus grandes destaques e expoentes.
De igual modo, o escritor Hermes Floro Bartolomeu Martins de Araújo Fontes (1888-1930), que também já mereceu de sua conterrânea um belo trabalho: "Cartas para Hermes Fontes", de 2006, onde, ao trabalhar as memórias do autor, ela assim vaticina com muita propriedade: "(…) Em nenhum momento perde a ternura, embora a tristeza obliterasse o pensamento, porque se transformara em chaga que não sangrava externamente, mas rasgava as duas entranhas, deixando-o em trapos…" (p. 19).
Na última quinta-feira, dia 11 de agosto, o talentoso intelectual e poeta boquinense foi mais uma vez reverenciado em uma iniciativa do Movimento Cultural Antônio Garcia Filho, da Academia Sergipana de Letras. Como vem ocorrendo com regularidade mensal, seus integrantes se reuniram de forma remota para fazer memória aos seus patronos. Desta feita, coube ao historiador Adailton Andrade a responsabilidade, no que o fez com esmero e competência.
Nascido em São Cristóvão-SE, no dia 3 de abril de 1965, Adailton dos Santos Andrade é filho Cícero Paes de Andrade e Maria Lúcia dos Santos. Fez o ensino primário e fundamental na cidade natal, nas seguintes instituições: Clarice Oliveira, Paulo Sarasate e Gaspar Lourenço. O ensino médio, no Dom José Tomaz; É Licenciado em História pela Universidade Tiradentes, com Especialização em Sergipe, Sociedade e Cultura pela Faculdade Pio Décimo (Aracaju-SE). Em João Pessoa-PB, ele está em fase de conclusão do Mestrado em Educação pela UNIFUTURO.
Profissionalmente, já atuou como professor da Rede Estadual de Ensino e também como tutor da Universidade à Distância, pela Universidade Federal de Sergipe. Ocupou a função de Diretor de Cultura, de Turismo e Diretor do arquivo e da Biblioteca, na cidade de Rosário do Catete. Atualmente, responde como Diretor do Arquivo Municipal de São Cristóvão, desenvolvendo um importante trabalho de organização e de salvaguarda da memória documental e patrimonial da primeira capital de Sergipe.
Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, tem uma trajetória intensa e movimentada na seara cultural, como músico flautista, com passagens pela Orquestra Sinfônica de Sergipe, pela SECBANDA, Lira Sancristovense, músico flautista do artista Sena. Recebe da acadêmica Marlene Calumby, a alcunha carinhosa de "comendador", em razão da sua presença multifacetada em diversas instituições, entre elas a Câmara Brasileira de Cultura e outra dezena delas, tendo sido recentemente protagonista da instalação da Confraria Sancristovense de História e Memória, no último dia 30 de julho do corrente ano.
Biografo de Augusto Maynard Gomes e de temas relacionado à história da de Rosário do Catete, tem publicações na Revista do IHGSE e na Revista Cumbuca, tomou posse no Movimento Antônio Garcia Filho no dia 18 de novembro de 2019, para ocupar a cadeira 33, cujo patrono é Hermes Fontes, a quem lhe dedicou uma detalhada e fecunda explanação, apontando não somente a sua trajetória de vida, como também aspectos importantes de sua seara literária, com destacada atuação na imprensa carioca e paulista, mas também sua robusta contribuição poética (11 livros publicados) e também como exímio crítico literário, o que lhe rendeu o reconhecimento nacional de nomes como Olavo Bilac, além de sua presença inspiradora na música brasileira da primeira metade do século XX.