Profecias delirantes
Publicado em 02 de setembro de 2021
Por Jornal Do Dia
O crescimento em "V", profecia e delírio do ministro Paulo Guedes, foi mais uma vez ne gado pelos dados colhidos junto à realidade. O PIB não deslancha. As projeções de crescimento mais otimistas colidem sempre com o ambiente de crises geradas pelo presidente Bolsonaro.
Agropecuária e indústria já viveram dias melhores. O fraco desempenho da economia brasileira no segundo trimestre de 2021, que ficou praticamente estável com variação negativa de 0,1%, foi puxado pelos maiores pilares do capital produtivo brasileiro. Pior, no entanto, é constatar que a leve melhora auferida ao longo dos últimos meses não produz resultados visíveis no mercado de trabalho.
As bases nas quais o entusiasmo do ministro Paulo Guedes buscam apoio são as mais frágeis. De fato, o PIB avançou 12,4% em relação ao segundo trimestre de 2020. Mas trata-se aqui justamente do período mais agudo da pandemia. No primeiro semestre do ano corrente, o crescimento foi de 6,4%, em relação ao mesmo período de 2020. Mas a economia encolheu 5,6% no mesmo semestre do ano passado.
Tudo indica, durante a pandemia ainda em curso, a economia nacional atingiu o fundo do poço. Sinais de recuperação, muito tímidos, oscilam desde então. Mas, ao contrário da inflação crescente, não têm volume para ser percebido no dia a dia da população.