Persona non grata
Publicado em 21 de setembro de 2021
Por Jornal Do Dia
O Brasil é hoje governado por ‘persona non grata’ no mundo civilizado. Cumprindo agenda em Nova Iorque (EUA), onde realiza hoje o discurso de abertura em Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Jair Bolsonaro não pode circular livremente – um privilégio dos imunizados.
Nos Estados Unidos, Bolsonaro é um visitante inconveniente, para dizer o mínimo. A fotografia divulgada nas redes sociais, na qual a comitiva brasileira é obrigada a fazer uma refeição na rua, é um triste retrato da situação brasileira perante o resto do mundo.
Lá, na terra do Tio Sam, o negacionismo acalentado por Bolsonaro não é acolhido em âmbito institucional. Nova York, por exemplo, determinou que restaurantes verifiquem se os clientes estão vacinados contra a Covid antes de atendê-los nas mesas. Por isso, é necessário apresentar o comprovante original ou uma foto. Ao comer na rua, o presidente, que diz não ter tomado o imunizante, não teve de lidar com a exigência.
Infelizmente, o vexame de ontem tende a ser mera nota de rodapé nos anais da participação brasileira no evento da ONU. Ano passado, em discurso ensaiado, o presidente proferiu uma mentira atrás da outra, a exemplo da alegada preocupação com a ameaça ambiental. Este ano promete dizer algumas "verdades", como se a sua visão distorcida da realidade nacional tivesse o condão de convencer alguém em são juízo.
Hoje, mais uma vez, Bolsonaro envergonha o Brasil perante o mundo. Melhor seria se, na Assembleia da ONU, o presidente entrasse mudo e saísse calado.