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O ANO DE 2022 E 0 BALAIO DE CRISTIANOS MACHADO


Publicado em 28 de outubro de 2021
Por Jornal Do Dia


Rômulo Rodrigues

A política brasileira só é emocionante porque vira e mexe volta ao mesmo lugar e é o que parece que acontecerá ano que vem, multiplicado; quando estarão disputando a presidência da República, alguns candidatos à cristianização.

Pela ordem, caro leitor, acaba de ser anunciado o mais significativo deles: o senador Rodrigo Pacheco, presidente do senado, um mineiro sem expressão nacional, que se filiou ao PSD.

Ora, pois, Cristiano Machado, que deu origem ao fenômeno cristianização, na eleição presidencial de 1950, também era inexpressivo, e do PSD mineiro; que sina!

A eleição de 2022 vai além da escolha certa do presidente da República: a limpeza na futura câmara dos deputados e a descontaminação do senado são fundamentais e devem ser eixos prioritários dos partidos de esquerda nas estratégias de disputas, porque é imprescindível para a democracia que muita coisa ruim seja revogada.

Por exemplo: um escândalo explodiu no tribunal de justiça de Goiás, tendo como componentes da quadrilha que falsificava documentos e decisões judiciais, um juiz, oito advogados e dois ex-policiais, num montante, até agora, de 18 milhões de reais, sendo tudo arquitetado na base do faz de contas, dentro da estrutura que deu o golpe de 2016.

Na votação da PEC-05, que deveria por freio na militância política do corporativismo dos procuradores do ministério público, mostrando que eles não estão acima da lei, da sociedade e do interesse público, o que se viu foi que até nos partidos de esquerda como o PSOL, PSB e PDT, a coisa não anda boa.

Na CPI da pandemia, durante toda a condução dos trabalhos, havia impressão de que nenhuma força estranha iria frear o ímpeto de colher depoimentos, analisar e punir com o rigor da lei, até que, no dia D, na hora H, o editorial de O Globo, constrangeu o presidente Omar Aziz a dar um freio de arrumação.

A vergonha maior ficou por conta do PSOL, com toda sua bancada, PSB com 17 deputados e PDT com 12 deputados ciristas e brizolistas que deixaram escapar o grande salto de qualidade, por 11 votos.

Tudo bem que a nova lei que permite as federações, estabelece que dois ou mais partidos poderão reunir-se em federação, que após sua constituição e respectivo registro no Tribunal Superior Eleitoral, atuará como se fosse uma única agremiação partidária, numa união temporária pelo período mínimo de 4 anos, impondo limites àquelas habituais safadezas de alegar as peculiaridades regionais.

Voltando à cristianização: o bloco de Ciro Gomes também não garante boa evolução na passarela do samba do sambódromo principal – Avenida Brasil, deixando seus bloquinhos atravessando os sambas enredos estaduais, inclusive, no Ceará, manchando as glórias de José de Alencar e Raquel de Queiroz.

Jair Bolsonaro, se cair no colo do grande corrupto Valdemar da Costa Neto, nem de longe repetirá a performance do brigadeiro Eduardo Gomes, frente a Getúlio Vargas, em que perdeu por uma diferença de 20%. Olha que Lula é mais forte que Getúlio e Jair mais fraco que Eduardo.

De dentro dos sepulcros caiados, a direita que já não quer mais Bolsonaro, mergulhado em escândalos com seu militarismo, está torrando os neurônios para ressuscitar Sergio Moro e ver se ainda têm otários suficientes para acreditar nele e no partido dos procuradores.

O que está claro é que a República de Curitiba pariu um governo de militares e de banqueiros e revelou que; o governo é dos militares e dos banqueiros, assim como a corrupção, o desemprego, a inflação e o genocídio.

Um atestado inequívoco do que disse Romero Jucá de que tinha conversado com os chefes militares é a descoberta que militares do alto comando do exército gastaram R$ 18.644,00 em uma churrascaria em Itapecerica da Serra (SP) com cartão de crédito corporativo do governo federal, em 31 de agosto de 2016, data em que Dilma Rousseff teve seu mandato cassado pelo senado federal; jeito de comemoração.

Agora, vêm informações vazadas, que o banqueiro André Estevão, que já foi preso na operação lava jato de Sergio Moro assim como Albert Youssef, é quem determina a pauta da câmara dos deputados e dita qual será a taxa de juros determinada pelo Banco Central, para impulsionar a cotação do dólar e ganhar um extra com o sócio Paulo Guedes. Por acaso, alguém lembra que era essa gente que decidiu que o Banco Central seria independente?

No momento, só lembrando Stanislaw Ponte Preta: “Ou nos locupletemos todos, ou restaure-se a moralidade”.

* Rômulo Rodrigues é militante político

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