O choro dos derrotados
Publicado em 11 de novembro de 2021
Por Jornal Do Dia
Os tribunais eleitorais jamais lidaram com tantas ameaças ao sistema democrático. Bravatas surgem de onde menos se espera, até por investida de representantes eleitos, a exemplo do presidente Bolsonaro. As suspeitas lançadas sobre a segurança da urna eletrônica, no entanto, são apenas o exemplo mais escandaloso do despeito reiterado pela vontade popular. Felizmente, o Tribunal Superior Eleitoral honra o papel que lhe foi atribuído pela Constituição e atua sempre no sentido de resguardar a soberania do voto.
A Constituição é clara: A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos. Numa democracia maculada por surtos autoritários, contudo, não convém dormir no ponto. De outro modo, um mandato legítimo, conquistado nas urnas, por força da vontade popular, como o merecido pelo governador Belivaldo Chagas e a vice Eliane Aquino, pode acabar subtraído no tapetão.
No caso aqui em questão, o choro dos derrotados ecoa desde a contagem dos votos. A ação impetrada pela coligação ‘Um novo governo para nossa gente’, a fim de anular o resultado apurado há quase quatro anos, não tinha qualquer substância. Ainda assim, progrediu, ganhou corpo, ascendeu às últimas esferas do Poder Judiciário. Só então, ao chegar às barras de uma instância superior, encontrou a resistência devida.
Os sergipanos sabem o que fazem, em quem votam, por qual razão. Belivaldo Chagas, por exemplo, assumiu o governo do estado num dos momentos mais delicados da história recente, de grande fragilidade econômica e revés dos indicadores sociais. Também teve de enfrentar uma pandemia. Os desafios persistem. Mas ele não arreda pé do compromisso assumido perante o povo.