**PUBLICIDADE
Publicidade

Acesso democrático


Publicado em 17 de novembro de 2021
Por Jornal Do Dia Se


Segundo o presidente Jair Bolsonaro, o Exame Nacional do Ensino Médio finalmente ganhou a cara de seu governo. A afirmação é vaga, mas ecoa uma acusação já antiga. Para a extrema direita tupiniquim, o Enem não passa de um instrumento de doutrinação ideológica, sem qualquer consequência prática sobre as políticas públicas de educação.

A acusação não para de pé, demonstra antes a repulsa que a democratização do acesso ao ensino de terceiro grau provoca em determinados extratos sociais. Os privilegiados, capazes de pagar os olhos da cara pela matrícula em escolas de elite, sempre tiveram as Universidades Federais como reduto exclusivo dos nascidos em berço de ouro. A acusação infundada contra o Enem deriva de uma indisposição com a diversidade.

Em verdade, ideologia e conflitos de classe à parte, o Enem já mudou a face da educação no Brasil. O exame é reconhecido por todos os especialistas do segmento como um verdadeiro marco. Com a sua aplicação, a decoreba do exame vestibular deu lugar ao pensamento crítico e o raciocínio lógico. Talvez por isso venha sendo sabotado.

Ao defender o chefe, o ministro Milton Ribeiro resvalou na mesma conversa fiada a que o presidente Bolsonaro não teve coragem de se referir com todas as palavras. Segundo ele, a presença de questões infundadas no Enem contrariava o seu objetivo. O ministro não tinha exemplos para expor, não tratou de casos concretos. E ainda se deu ao direito de falar pela população ao garantir que os brasileiros não concordavam com o teor de algumas questões. Puro diversionismo, claro. Só com o Enem, os jovens das classes mais baixas finalmente tiveram a oportunidade de disputar uma vaga nas universidades federais em pé de igualdade com os rebentos da classe média.

**PUBLICIDADE



Capa do dia
Capa do dia



**PUBLICIDADE


**PUBLICIDADE
Publicidade