O BRASIL COMO PALCO DAS NARRATIVAS IMBECIS
Publicado em 24 de novembro de 2021
Por Jornal Do Dia
* Rômulo Rodrigues
Se há uma marca registrada na imbecilidade de grande parte do povo brasileiro, ela é cravada por criadores de imbecis da grande imprensa.
No primeiro mandato do presidente Lula, uma armação ridícula de indicado do PTB nos Correios, dada como flagrante de uma propina de R$ 2 mil, filmada de forma amadorística, foi o suficiente para a mídia patronal fazer estardalhaço e o deputado Roberto Jeferson, patrono do personagem flagrado, criar o famoso neologismo mensalão.
As acusações forjaram a famosa AP-470, que serviu de trampolim para o capitão do mato Joaquim Barbosa, precursor de Sergio Moro, dar forma à famosa lei do domínio do fato e condenar líderes petistas, sem provas, atendendo às narrativas imbecis e inverossímeis do Sistema Globo, e virar herói da casa grande, enquanto foi útil, e receber como recompensa o ostracismo onde habita atualmente.
Toda aquela enxurrada de narrativas tinha como objetivo derrubar Lula do poder, já no primeiro mandato, o que não foi alcançado, por falta de apoio popular, mas, plantou sementes para a grande traição nacional de 31 de agosto de 2016.
A ascensão de Michel Temer, porém, não foi o grande final do golpe; foi apenas uma ponte para o futuro para trazer o fascismo para o centro do poder.
Para conseguir tal feito, a mídia intensificou outra narrativa, com o pomposo nome de petrolão, para sedimentar a imbecilidade nas mentes ocas de enormes parcelas da classe média, que demonstrava incômodos com a ascensão dos segmentos mais abaixo, que ela abomina, sempre noticiadas nas televisões, precedidas de dutos jorrando notas de dólar,e
Com efeitos semióticos incutindo nos descerebrados, que havia enxurradas de roubos na Petrobrás.
Porém, temas significantes que têm a haver com nossa história, são solenemente ignorados como por exemplo, o veto da marinha ao resgate histórico da vida e bravura de João Cândido, o almirante negro, herói da revolta da chibata, para que seja incluído no livro de heróis da pátria; parabéns para João Bosco e Aldir Blanc, que o imortalizaram em “o mestre sala dos mares”.
Num cenário internacional que serviu de palco para a volta da soberania do Brasil, quais são as atitudes da mídia patronal? Numa entrevista ao jornal El País, ao ser questionado sobre a eleição da Nicarágua, Lula fez uma analogia e questionou; por que a Ângela Merkel ficar 16 anos no poder e Daniel Ortega, não? Ao ser questionado sobre prisões de opositores de Ortega às vésperas do pleito, diz que também foi preso no Brasil para não disputar e ganhar a eleição de 2018.
No entanto, os donos dos poderes de narrativas imbecis, vociferaram que nos seus veículos, que Lula apoia prisões de opositores, sem lembrar que em 12 anos de governos de Lula e Dilma, nem um opositor foi preso.
Ao mesmo tempo, ignoram, por que não acharam por onde atacar, que as eleições na Venezuela foram amplamente favoráveis ao chavismo e a tentativa de desqualificação veio pelo comparecimento de apenas 41% do eleitorado, tudo bem, foi baixo, só que, o voto é facultativo e o país sofre um criminoso bloqueio dos EUA.
Um detalhe; não estou assinando atestado de idoneidade a Maduro nem a Ortega, apenas registrando que não existe mídia neutra, imparcial, pelo motivo de que toda ela pertence a grupos privados e eles têm lado e culpas em todos os episódios ruins da história da humanidade.
Nas construções das narrativas para 2022, o partido midiático já está com seu exército de mercenários em campo para destorcerem e negativarem tudo que Lula falar e ir construindo uma falsa verdade de que o país não suporta uma polarização entre Lula e Bolsonaro, enquanto constrói a candidatura de Sergio Moro com apoio dos pobres jornalistas regionais das províncias que sonham um dia ser reconhecidos pela poderosa Globo.
Enquanto seu lobo não vem; os salários continuam pequenininhos, porque senhores de engenhos são mais sovinos do que banqueiros.
As forças democráticas têm diante de si o desafio de serem as guardiãs da pátria e da democracia, até porque, o partido dos generais dá demonstração taxativa de não querer aceitar os resultados das urnas eletrônicas em outubro de 2022 e, para tanto, conta com os medos dos tribunais superiores, como no caso recente de se negar a acompanhar os testes das urnas com o evidente propósito de voltar com a narrativa do voto impresso.
O ridículo do ridículo das forças reacionárias e entreguistas, está no fato de a Globo designar uma fonoaudióloga para dar voz audível ao marreco de Curitiba, seu candidato.
* Rômulo Rodrigues é militante político