Euforia e esperança

Editorial

Motivos para celebrar a vida não faltam aos aracajuanos. Na capital sergipana, a imunização contra a covid-19 segue de vento em popa, com mais de 80% da população vacinada com duas doses. Mesmo assim, ainda seria precipitado soltar foguetes e enfiar o pé na jaca, como se não houvesse amanhã. A descoberta de uma nova cepa do coronavírus pôs fim aos planos de uma grande festa de Réveillon.
O prefeito Edvaldo Nogueira já bateu o martelo. No que depender dele, uma nova onda de covid não há de quebrar nas praias de Aracaju. A tradicional festa de Réveillon promovida pela Prefeitura, uma celebração que já chegou a reunir mais de 100 mil pessoas na praia de Atalaia, com queima de fogos e apresentações musicais, está cancelada. Tudo para manter a pandemia sob controle.
A decisão do prefeito é a mais prudente. Apesar da euforia provocada pelo avanço da imunização, as constantes mutações do vírus são motivo de muita preocupação. Na Alemanha, onde a pandemia foi combatida com o devido rigor, num primeiro momento, o descuido já cobra um preço alto: A propaganda negacionista, responsável pela adesão limitada às campanhas de vacinação, produz novos recordes de contágio todos os dias.
A decisão da Prefeitura de Aracaju tende a provocar algum descontentamento em setores específicos da sociedade, muito maltratados pela pandemia. Mas a insatisfação não tem verdadeira razão de ser. Foram justamente as ações de contenção ao contágio que produziram a falsa sensação de normalidade que toma grande parte dos sergipanos. O otimismo já nos anima, apesar de todos os pesares. O fogo breve dos fogos de artifício, um anúncio de esperança, há de riscar o céu da cidade, o quanto antes.