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O aumento da pobreza e a violência policial em Sergipe


Publicado em 02 de julho de 2022
Por Jornal Do Dia Se


Ele acabou sendo atingido, foi socorrido ao Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), mas não resistiu aos ferimentos e veio a óbito.

Dois indicadores divulgados esta semana sobre pobreza e violência mostram que o estado de Sergipe continua patinando nesses quesitos. Em 2021, a pobreza aumentou 12,5% entre os sergipanos – o maior percentual entre todos os estados – e chega a quase 50% da sua população.
No caso da violência, apesar da redução em 20% no número de homicídios, Sergipe aparece com a segunda maior taxa de mortes violentas provocadas por intervenções policiais, perdendo apenas para o Amapá.
O retrato do estado governado por Belivaldo Chagas não é muito diferente do Brasil de Jair Bolsonaro. A pobreza cresceu no País sob a gestão Jair Bolsonaro e já atinge quase 63 milhões de brasileiros. Das 27 unidades da federação, em 25 houve avanço na pobreza.
Em 2021, cerca de 29,6% da população brasileira tinha renda domiciliar per capita de até R$ 497 mensais. O percentual corresponde a 62,9 milhões de pessoas, o maior valor desde o começo da série histórica, iniciada em 2012. O número representa aumento de 9,6 milhões em relação a 2019. Os dados foram apresentados no Mapa da Nova Pobreza, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas Social (FGV Social) na última quarta-feira (29).
Em 14 estados, o percentual de pobreza supera o patamar de 40% da população: Maranhão (57,90%), Amazonas (51,42%), Alagoas (50,36%), Pernambuco (50,32%), Sergipe (48,17%), Bahia (47,33%), Paraíba (47,18%), Pará (46,85%), Amapá (46,80%), Roraima (46,16%), Ceará (45,89%), Piauí (45,81%), Acre (45,53%) e Rio Grande do Norte (42,86%).
O foco do estudo é avaliar o nível e a evolução espacial da pobreza durante os últimos anos no Brasil, usando os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Anual, disponibilizados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em entrevista à Agência Brasil, o diretor da FGV Social, Marcelo Neri, comentou que o cenário foi impactado por crise em cima de crise, uma delas causada pela pandemia, que veio de fora do país, o que ocorreu também no período do choque do petróleo em 1982. Neri destacou que, na pandemia, o nível da ocupação no mercado de trabalho sofreu grande impacto e caiu muito representando um choque nunca visto antes nas séries. O professor comentou que o Benefício Emergencial para Preservação do Emprego e da Renda (BEm) amorteceu parte do impacto, mesmo assim, houve queda significativa da ocupação.

Violência policial – O Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2022, divulgado na terça-feira (28) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), trouxe novos dados sobre a criminalidade no Brasil e nos Estados, com base em dados obtidos nos anos de 2020 e 2021. Em Sergipe, o levantamento mostrou que os homicídios e outras mortes violentas intencionais tiveram uma queda de 20,5% durante o período. No entanto, duas cidades do estado aparecem nos rankings das 20 mais violentas do país, dentro das suas faixas populacionais: Ilha das Flores (Baixo São Francisco) e Nossa Senhora do Socorro (Grande Aracaju). O estado também aparece com a segunda maior taxa de mortes violentas provocadas por intervenções policiais, perdendo apenas para o Amapá.
De acordo com o Anuário, Sergipe teve um total de 792 mortes violentas intencionais em 2021, contra 988 de 2020. Os crimes mais cometidos dentro desta categoria no ano passado foram os homicídios, com 560 casos, seguidos das mortes decorrentes de intervenções policiais, que foram 210, e de 16 latrocínios (roubos seguidos de morte). Se consideradas as taxas de mortes por 100 mil habitantes, a de Sergipe ficou em 33,9 no ano de 2021, contra 42,6 de 2020, o que perfaz a queda de 20,5%.
No caso das mortes violentas de intervenções policiais, o total de 210 registradas no ano passado superou em 21% as 196 de 2020. Não foram contabilizadas separadamente as mortes ocorridas em ações da policiais Civil, Militar e Rodoviária Federal, tendo apenas os números absolutos. Já a taxa de mortes do tipo por 100 mil habitantes também subiu, em 6,2%, passando de 8,5 para 9,0.
O aumento da pobreza mostra que ações dos governos são insuficientes para garantir o mínimo de dignidade à população. No caso da violência policial, parece haver um estímulo por parte das próprias autoridades. (Com Agência Brasil e Gabriel Damásio)

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