Quarta, 15 De Janeiro De 2025
       
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BioComércio


Publicado em 01 de outubro de 2022
Por Jornal Do Dia Se


A biodiversidade é um tema que está nos principais debates empresariais do momento, pois ela é a base de capital natural para uma economia sustentável. Organismos internacionais, como a Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD) apontam que a conservação da biodiversidade e o uso e comércio sustentável de produtos e serviços derivados da biodiversidade podem oferecer aos países oportunidades valiosas para o desenvolvimento econômico e melhoria dos meios de subsistência.
Na lógica de aproveitar esta oportunidade, no ano de 1996 a Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) lançou a Iniciativa BioTrade para apoiar os objetivos da Convenção sobre Diversidade Biológica. A partir de então, a referida iniciativa desenvolveu um portfólio de programas globais, regionais e nacionais, bem como uma rede de parceiros e profissionais que trabalham em mais de 80 países e fomento o que estamos denominando de Biocomércio.
O BioComércio é quando um produto ou serviço proveniente da biodiversidade é comercializado de forma que respeite as pessoas e a natureza.
A UNCTAD estabeleceu os princípios e critérios de BioComércio a serem desenvolvidos para que fossem aplicados em empresas, governos e sociedade civil que desejam apoiar a conservação e o uso sustentável da biodiversidade, bem como o compartilhamento justo e equitativo de benefícios por meio do comércio.
O conceito de BioTrade é conexo como o de BioComércio e é bom para as empresas porque as ajuda a transformar seus modelos e cadeias de suprimentos para se tornarem mais resilientes aos riscos, e possam adotar práticas amigáveis à biodiversidade e, ao mesmo tempo, permitir que funcionem de acordo com os requisitos da indústria e do mercado.
A UNCTAD descreve alguns exemplos de benefício para as empresas que respeitam a biodiversidade: atender a demanda do consumidor por bens e serviços que sejam amigáveis à biodiversidade, e isto é relevante, pois sabe-se que na atualidade, os consumidores estão cada vez mais conscientes da crise ambiental e da necessidade de consumir produtos que respeitem o nosso planeta e as pessoas; oferecer às empresas a oportunidade de vender produtos como cosméticos, têxteis, fitofarmacêuticos, artesanato e serviços (a exemplo do ecoturismo) que tenham sido produzidos seguindo um conjunto de princípios econômicos e sociais sustentáveis, respeitando tanto a biodiversidade quanto as pessoas que dela dependem; o aumento da visibilidade das cadeias de suprimentos desde os consumidores até o nível do agricultor/coletor, por exemplo, implementando sistemas de rastreabilidade e documentação; o aumento da disponibilidade de recursos implementando práticas de gestão adaptativas que promovam a disponibilidade de longo prazo dos recursos usados para prevenir ou mitigar os impactos ambientais negativos.
De acordo com a UNCTAD, os produtos da BioTrade são encontrados em diferentes setores como higiene pessoal, alimentação, moda, fitofarmacêutica ou turismo sustentável, entre outros. Os produtos incluem óleos naturais da Zâmbia, Namíbia e Moçambique; xaropes de jujuba e tamarindo de Mianmar; Chá Shan, canela e gengibre do Vietnã; pimenta e benjoim do Laos; sacha inchi e quinoa do Peru; ou mariscos e produtos à base de algas do Caribe; observação de aves no Equador, entre muitos outros.
Um fato relevante é o de que para serem consideradas como BioComércio, todas as atividades terrestres e marinhas relacionadas devem cumprir um conjunto mínimo de requisitos de elegibilidade que podem ser aprimorados ou reforçados por parceiros de BioComércio e outros atores das comunidades de comércio e meio ambiente.
O que acho importante é que todas as atividades precisam atender aos princípios e critérios de BioComércio que são um conjunto de diretrizes que geram produtos e serviços amigos da natureza. Isto é importante para que seja possível o auxílio na diferenciação das organizações, iniciativas e produtos e serviços “BioTrade” daqueles denominados “biorade”, cujas atividades não necessariamente consideram a conservação e o uso sustentável da biodiversidade.
Este assunto que trazemos está no contexto das mudanças nas práticas de consumo sustentável que são necessárias para conter a perda de biodiversidade e proteger nosso ambiente natural. Ao escolher produtos amigos da biodiversidade, você está escolhendo proteger sua saúde e a do planeta, além de apoiar os produtores a respeitar a biodiversidade e a sustentabilidade do campo à mesa. Os consumidores podem fazer a diferença comprando produtos e serviços amigos da biodiversidade.
Ressalte-se que existem várias maneiras de usar seu poder de compra para proteger nossa biodiversidade. Tornar-se um consumidor amigo da biodiversidade implica familiarizar-se com os rótulos amigos da biodiversidade, evitar produtos feitos de espécies ameaçadas, conhecer a legalidade e a origem dos ingredientes em seus produtos e comer menos carne e laticínios. Você também pode ajudar a proteger a biodiversidade adotando um estilo de vida consciente da natureza, entre outras práticas.
Entendo que o Brasil tem um grande potencial para ser uma liderança mundial na exportação de produtos orgânicos, pois já existem em nosso país diversas propriedades rurais certificadas para exportação de produtos orgânicos.
No território de atuação do Banco do Nordeste do Brasil S/A (Nordeste e Norte dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo), existe um programa de financiamento denominado de FNE-VERDE – Programa de Financiamento à Sustentabilidade Ambiental, que tem o objetivo de desenvolver empreendimentos e atividades econômicas que propiciam a preservação, a conservação, o controle e a recuperação do meio ambiente, com foco na sustentabilidade e na competitividade das empresas e o sistema produtivo. Referido programa tem contribuído bastante para a evolução do BioComércio do Nordeste.
E no Brasil a evolução do BioComércio respeita as regras multilaterais e atende a requisitos de apoio à conservação do nosso clima, com isso é possível a contribuição para a melhoria do bem-estar das pessoas. O nosso desafio é ampliar a conexão entre as pessoas e os mercados para que o BioComércio ajude no desenvolvimento de novas tecnologias ambientais e que possamos ser uma referência de manutenção dos ecossistemas da terra.

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