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Novo Comando na CEPAL
Publicado em 22 de outubro de 2022
Por Jornal Do Dia Se
A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) mudou de comando e o seu novo Secretário Executivo é o economista José Manuel Salazar-Xirinachs, da Costa Rica, ele foi nomeado em 1º de setembro de 2022 pelo Secretário Geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres.
Ele é ex-Diretor Regional para América Latina e o Caribe da Organização Internacional do Trabalho (OIT) entre 2015 e 2018, José Manuel Salazar-Xirinachs é Mestre em Economia do Desenvolvimento e Doutor em Economia pela Universidade de Cambridge, bem como Bacharel em Economia pela Universidade da Costa Rica. O novo Secretário Executivo da CEPAL, incorporou-se à OIT em 2005 como Diretor Executivo do Setor de Emprego e atuou como Subdiretor Geral de Políticas de 2013 a 2015. Antes de incorporar-se à OIT, de 1998 a 2005 atuou como Diretor da Unidade de Comércio da Organização dos Estados Americanos (OEA).
O novo Secretário Executivo da CEPAL foi Ministro de Comércio Exterior da Costa Rica de 1997 a 1998, Presidente Executivo da Corporação Costarriquense para o Desenvolvimento de 1988 a 1990 e Economista-Chefe e depois Diretor Executivo de um centro de estudos do setor privado centro-americano (FEDEPRICAP) de 1990 a 1996. No âmbito acadêmico, é autor de inúmeras publicações sobre políticas de desenvolvimento, comércio, transformação produtiva, competitividade e emprego, tendo escrito e editado vários livros. Deu aulas na Universidade da Costa Rica, Universidade Nacional de Heredia, Universidade de Cambridge e Universidade de Georgetown.
Portanto é possuidor de um currículo adequado e técnico para conduzir a contento a importante organização internacional que é a CEPAL.
José Manuel Salazar-Xirinachs sucede no cargo à diplomata Alicia Bárcena Ibarra, do México, que no dia 31 de março concluiu sua gestão de quase 14 anos no comando da Comissão regional.
A importância de revelar estas informações para o Brasil como membro da CEPAL, é na perspectiva de ampliação do uso da referida entidade internacional.
A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), é uma das cinco comissões regionais das Nações Unidas, ela foi fundada em 25 de fevereiro de 1948 para contribuir ao desenvolvimento econômico da América Latina e reforçar as relações econômicas dos países entre si e com as outras nações do mundo. Posteriormente, seu trabalho foi ampliado aos países do Caribe e se incorporou o objetivo de promover o desenvolvimento social.
Conforme disponibilizado pela entidade, os 33 países da América Latina e do Caribe são membros da CEPAL, junto com algumas nações da América do Norte, Europa e Ásia que mantêm vínculos históricos, econômicos e culturais com a região. No total, há 46 Estados membros e 14 membros associados, condição jurídica atribuída a alguns territórios não independentes do Caribe.
Para abordar a relevância da CEPAL, referencio-me ao seu último relatório anual com o seguinte título: “Estudo Econômico da América Latina e do Caribe, 2022: dinâmica e desafios do investimento para impulsionar uma recuperação sustentável e inclusiva”, no qual se projeta um crescimento econômico para este ano de 2,7% em média, em um contexto de fortes restrições macroeconômicas que estão atingindo as economias da região.
De acordo com o relatório apresentado, uma sequência de crises levou ao cenário de baixo crescimento e aceleração da inflação na economia global, o que, juntamente com um crescimento comercial mais lento, a valorização do dólar e o aperto das condições financeiras globais, afetará negativamente os países da região.
Além disso, o documento destaca que os países da América Latina e do Caribe enfrentam um panorama econômico complexo em 2022 e nos anos seguintes. A CEPAL também aponta que o crescimento econômico mais lento, e a existência de fortes pressões inflacionárias, criação lenta de empregos, queda de investimentos e crescentes demandas sociais. Neste cenário, segundo a entidade, tem-se uma situação resultou em grandes desafios para a política macroeconômica, que deve conciliar políticas para impulsionar a recuperação econômica com políticas destinadas a controlar a inflação e tornar as finanças públicas sustentáveis.
Acrescido a este cenário, a CEPAL insere no seu relatório, o cenário internacional no qual a guerra entre a Federação Russa e a Ucrânia levou a tensões geopolíticas crescentes, crescimento econômico global menos dinâmico, redução da disponibilidade de alimentos e aumentos nos preços da energia que aumentaram as pressões inflacionárias que vinham ocorrendo como resultado dos choques de fornecimento gerados pela pandemia da doença coronavírus (COVID-19).
Do ponto de vista de perspectivas econômicas, a CEPAL projeta que a América do Sul cresce 2,6% (contra 6,9% em 2021), o grupo América Central e México 2,5% (contra 5,7% em 2021) e o Caribe – a única sub-região a crescer mais do que em 2021 – em 4,7%, excluindo a Guiana (contra 4,0% no ano anterior).
Diante destas informações da CEPAL e da mudança do seu comando, fica a nossa torcida para que o seu novo Secretário Executivo mantenha a trajetória de êxito da CEPAL e que ela possa manter a sua prestação de serviços, realizando estudos, pesquisas e outras atividades de apoio em conformidade com o mandato da Comissão. Para o Brasil a CEPAL tem relevância por ser uma entidade que trabalha para promover o desenvolvimento econômico e social mediante a cooperação e a integração no âmbito regional e sub-regional.
Vale destacar que a CEPAL também interpreta e difunde informações e dados relativos ao desenvolvimento econômico e social da região; presta serviços de assessoramento aos governos a pedido deles e planeja, organiza e executa programas de cooperação técnica; dentre diversas outras atividades que são executadas. Por tudo isso, desejamos boa sorte e sucesso ao Dr. José Manuel Salazar-Xirinachs.