**PUBLICIDADE
A Inclusão Digital dos Idosos
Publicado em 17 de dezembro de 2022
Por Jornal Do Dia Se
A Federação Brasileira dos Bancos (FEBRABAN), divulgou um relatório sobre a inclusão digital dos idosos, tema que entendo ser de relevância para disseminação em nossa sociedade. Dessa forma, abordarei neste ensaio, alguns dados e informações que contextualizam o tema e que constam no referido material.
O assunto ganha mais importância porque efetivamente, o Brasil está modificando a sua estrutura demográfica e ficando mais velho, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que em dez anos (2012 a 2021), o contingente de pessoas com 60 anos ou mais passou de 11% para 15% e que até 2060, 25% da população brasileira terá mais de 65 anos e teremos aproximadamente 58,2 milhões de idosos.
O IBGE ressalta que este cenário requer necessidade de políticas públicas, produtos e serviços dirigidos ao público mais velho, pois em um mundo em transformação com novas tecnologias de informação e comunicação, aumenta a necessidade da inclusão digital.
Um ponto importante é que os levantamentos recentes sinalizam para o crescimento da utilização de ferramentas digitais pelos idosos no Brasil e no mundo.
Os resultados que irei comentar são oriundos da pesquisa que a Febraban fez em seu observatório de setembro/2022, ouvido a população de um modo geral e revelam os seguintes dados:
– 90% do público pesquisado opinaram que aumentou em muito, nos últimos 2 anos, o acesso e o uso da internet, redes sociais e aplicativos pelo público com 60 anos ou mais;
– 70% dos entrevistados acreditam que a maioria das pessoas com 60 anos ou mais no Brasil acessam a internet;
– para 61% dos pesquisados, as ferramentas digitais já fazem parte da rotina dos mais velhos, sendo uma percepção de que esse público idoso que acessa a internet, transita no ambiente on line em várias frentes, com percentuais acima de 70% para o uso de vídeo chamadas, assistir vídeos, filmes e séries por streaming, realizam pesquisa de preços e promoções, utilizam serviços bancários digitais entre outras atividades realizadas no meio digital;
– 81% dos pesquisados apontam que os mais velhos que estão na internet acessam as redes sociais como Facebook, Twitter, Instagram, Tiktok, etc. e
– no quesito de hábitos de uso da internet, o celular ou smartphone é indicado pela população como o principal dispositivo de acesso dos mais velhos, com 88% das menções. Registre-se que além do celular, tem-se o uso do computador de mesa, do notebook, do tablete e de outros meios de acesso ao digital.
Pela amostra das informações acima, ponto destacado no relatório da Febraban é de que um passo fundamental para a inclusão é o reconhecimento, por parte dos mais velhos e de todos, da importância das inovações tecnológicas dessas pessoas. Se as ferramentas digitais, como aplicativos, são importantes para os mais jovens, elas também são tão importantes para os mais velhos.
No ranking das atividades que os respondentes da pesquisa revelaram temos o seguinte: além dos serviços já citados anteriormente, inclui-se usar aplicativos de transportes, fazer compras on line, ler jornais ou revistas on line, acessar serviços de saúde através de aplicativos do plano de saúde, fazer consultas on line, seguir influenciadores, fazer atividades físicas via aplicativos, fazer cursos e aulas on line, trabalhar on line,
A pesquisa da FEBRABAN aponta que é majoritária a parcela que aponta o interesse dos mais velhos nas novas ferramentas tecnológicas, nas novas formas de comunicação, nos novos aplicativos e na internet. Porém, a pesquisa destaca que os jovens (18 a 24 anos) são os que menos acreditam no interesse dos mais velhos pelas ferramentas tecnológicas, portanto vejo aqui um desafio importante para as novas gerações que é a conexão entre os jovens e os mais velhos no uso das tecnologias digitais, esta é uma oportunidade de interação e mudanças nos hábitos. Um exemplo é a relação entre pais e filhos, avós e netos, tios e sobrinhos. Hoje é comum na relação entre avós e netos, que o netinho que antes aprendia muita coisa da vida: estórias e histórias e brincadeiras com os avós, também possa interagir ensinando aos avós, as novas tecnologias existentes no mundo digital e ampliarem a conectividade entre si.
A questão é que a relação entre idosos e a tecnologia depende de alguns fatores relevantes como a percepção da importância no dia a dia, a facilidade e a usabilidade, a confiança e a existência de uma rede de apoio em caso de dificuldade de uso. Esta rede de apoio pode ser familiar (filhos, netos, sobrinhos, bisnetos) ou até mesmo de vizinhança ou amizades.
Na relação constante de respeito que devemos ter com os mais velhos é importante buscarmos atitudes que viabilizem para a maioria, o sentimento de é fácil e viável lidar com o uso da internet, das redes sociais e dos recursos digitais, sem os preconceitos de faixas etárias e viabilizando novas atividades que tornem as pessoas mais incluídas e felizes na era do mundo digital.