Quarta, 15 De Janeiro De 2025
       
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Médicos para o Brasil e para Sergipe


Publicado em 04 de fevereiro de 2023
Por Jornal Do Dia Se


É corrente nos meios acadêmicos que o Brasil precisa de mais e melhores médicos, destacando que já temos excelentes médicos em nosso país. O número de médicos no Brasil está crescendo e continuará assim nos próximos anos. A perspectiva é que a taxa média de crescimento anual na quantidade de médicos no Brasil no período de 2015 a 2023 seja de 4,54%.
No ano de 2015, o Censo Médico, aponta que tínhamos no Brasil, 400,9 mil médicos registrados nos Conselhos Regionais de Medicina e que em 2023 teremos 594,9 mil médicos. Isto ocorre por conta da evolução de médicos recém formados que é decorrente do aumento de vagas e do aumento do número de cursos de medicina no Brasil. Em 2015, 18.081 estudantes ingressaram em cursos de medicina no Brasil, já neste ano de 2023, a previsão é que ingressem 27.487 novos estudantes de medicina em nosso país.
Desde 2013, foram criadas quase 13.000 vagas em cursos de medicina, a maioria em instituições de ensino superior privadas. Para o ano de 2023, a perspectiva é que ingressem 13.100 estudantes de Medicina em Universidades Públicas e 46.800 estudantes de Medicina em Instituições de Ensino Superior Privadas (Faculdades, Centros Universitários ou Universidades). Já no número de matrículas, a previsão é de que tenhamos 74.569 estudantes em Universidades Públicas e 195.390 estudantes em Instituições privadas.
O grande desafio é que existe uma grande disparidade na distribuição de médicos por pessoa e entre as regiões do Brasil. A distribuição dos médicos no Brasil é a seguinte: Região Sudeste (278,3 mil), Região Nordeste (96,3 mil), Região Sul (80,3 mil), Região Centro-Oeste (44,7 mil) e Região Norte (24,0 mil). Importante verificarmos a distribuição percentual da população entre as regiões e a distribuição percentual de médicos, visando identificar onde se faz necessário maior equilíbrio na proporcionalidade.
No Sudeste temos 42% da população do país e 54% dos médicos; no Nordeste 28% da população e 18% dos médicos; no Sul 14% da população e 15% dos médicos; No Centro-Oeste temos 8% da população e 8% dos médicos e no Norte, temos 9% da população e 5% dos médicos. No Sudeste temos uma média de 2,81 médicos para cada 1.000 pessoas; no Nordeste temos 1,41 médicos para cada 1.000 pessoas; no Sul, temos 2,31 médicos para cada 1.000 pessoas; no Centro-Oeste, temos 2,36 médicos para cada 1.000 pessoas e no Norte, temos 1,16 médicos para cada 1.000 pessoas.
Evidencia-se uma diferenciação relevante entre as Regiões Norte e Nordeste na proporcionalidade de médicos, sugerindo-se portanto, que são regiões que necessitam de mais expansão na oferta de cursos de medicina, facilitando a fixação de referidos profissionais nestas duas Regiões.
Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e média de médicos no mundo e de 3,5 para cada 1.000 habitantes, enquanto que o Brasil tem 2,4 médios para cada 1.000 habitantes, mas a perspectiva é a de que com o crescimento dos cursos de medicina, possamos alcançar o patamar da OCDE até o final desta década.
No Brasil, de 5.570 municípios, um dado é revelador, o número de médicos por pessoas é significativamente menor em cidades com menos de 100 mil habitantes. Nas cidades com menos de 5 mil habitantes por exemplo, a média de médicos por 1.000 pessoas é de 0,37, ou seja, nestas cidades temos um médico para cada 2.703 habitantes, enquanto que nas cidades com mais de 500 mil habitantes a média é de 4,89 médicos para cada 1.000 habitantes, portanto acima da média do Brasil e da média da OCDE. Então temos um grande desafio de melhorar a distribuição de médicos em nosso país. Na questão da demanda de médicos no Brasil é relevante destacar que 76% da população brasileira demandou algum tipo de serviço médico nos últimos 12 meses.
Quero registrar que os dados acima que até agora apresentei sobre a questão da oferta de cursos, quantidades de médicos e média regional, foram obtidos a partir de uma pesquisa encomendada pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) e produzida pela empresa Educainsights.
Abordando Sergipe, conforme dados do Conselho Regional de Medicina de Sergipe, tem-se 4.470 médicos ativos, considerando-se a nossa população de aproximadamente 2.211.868 habitantes, temos então aproximadamente um médico para cada 2.000 habitantes, ou seja, uma média de 0,49 médicos para cada mil habitantes, bem inferior à média da Região Nordeste (1,41), do Brasil (2,44) e da OCDE (3,50). Portanto, Sergipe precisa de mais médicos em proporções maiores que o Brasil e a Região Nordeste.
A distribuição dos médicos em Sergipe, também é muito desigual, considerando-se capital X interior, 81% dos médicos de Sergipe situam-se na capital, o que sobrecarrega a demanda médica em Aracaju.
A formação em Medicina em Sergipe está distribuída entre as duas instituições de Ensino Superior com status de Universidade, a Universidade Federal de Sergipe (UFS), que oferece vagas em São Cristóvão e Lagarto e, a Universidade Tiradentes (UNIT) que oferece vagas em Aracaju e Estância.
Registro que existem em Sergipe diversos estabelecimentos de saúde a exemplo de ambulatórios, centros médicos, clínicas, hospitais, maternidades, etc, que necessitam de médicos, claro que com adequada e suficiente formação para atuar na prevenção e no salvamento de vidas, que tenhamos mais médicos no Brasil e em Sergipe.

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