Quarta, 22 De Janeiro De 2025
       
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Sete cordas Serigy


Publicado em 04 de março de 2023
Por Jornal Do Dia Se


Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br

O duo Vieira, formado pelo sete cordas Ricardo mais a cantora Rebeca Vieira, é a atração convidada do projeto Samba da Gente, abrigado pelo Café da Gente, anexo ao Museu da Gente Sergipana, sábado (4).
A coluna celebra a oportunidade. O violonista já mostrou ali mesmo com quantos paus se faz uma canoa. E uma breve revisão na discografia Serigy, ao longos dos últimos anos, é prova de que o cenário da música sergipana já deve muito à presença ilustre de Ricardo Vieira.

Chegada
O já sabido passa longe do interesse jornalístico. O profissional de comunicação, entretanto, é, por vezes, obrigado a chover no molhado. Ressaltar a competência do duo formado por Júlio Rêgo (harmônica) e Ricardo Vieira (sete cordas), por exemplo, equivale a apontar o azul inclemente no céu de Aracaju. Estamos todos acostumados à fartura de luz, ao calor pedindo praia. Ninguém mais se espanta. E, no entanto, basta se dar conta de tanta maravilha para perder os olhos no infinito, embasbacado.
‘Chegada’, o primeiro registro assinado pelo duo, é das verdades de conhecimento público e notório. E, ainda assim, impressiona. Nos dez temas autorais, mais uma versão sofisticada de ‘Asa Branca’, os músicos, assim como eventuais convidados, sobram, senhores absolutos de seus instrumentos. A técnica impecável, entretanto, jamais se sobrepõe ao sentido. ‘Chegada’ é repleto de sensibilidade.

Um dia
Já faz tempo que Fred Andrade encontrou aqui a sua turma, privilégio, talvez, de forasteiro imune à praga do Cacique. Desde então, a colaboração com os músicos supracitados é constante. O encontro com o pessoal do grupo Membrana (Julio Rego, Pedro Mendonça e Dudu Prudente), entretanto, ainda carecia de um produto com a assinatura da cambada inteira. ‘Um dia’, gravado no estúdio Carranca (PE), com a participação de Ricardo Vieira, registra o desaforo de tanto talento reunido, um papo de gente grande.
Pérolas para Jobim
A Música Popular Brasileira, aplaudida por certa malemolência, é também marcada por requintes pontuais de elevada erudição. Embora a sensibilidade verde e amarela, profundamente identificada com o País tropical da canção, seja sim tributária da alegria mais calorosa, tal sentimento nunca foi essencialmente estranho à forma clássica. É nessa espécie de Lado B do espírito nativo que o Duo Vieira aposta todas as fichas com o projeto Pérolas para Jobim.
As cores usualmente atribuídas ao cancioneiro tupiniquim pintam uma nação de traços folclóricos, lugar próprio do exótico, de valores alheios a grandezas musicais. Já a voz da cantora Rebeca Vieira, associada aos arranjos de acento camerístico assinados pelo sete cordas Ricardo Vieira, ao contrário, passa ao largo de tudo o que não é música. E, também por isso, busca aqui as próprias razões no repertório menos conhecido do maestro Tom Jobim.

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