Quarta, 22 De Janeiro De 2025
       
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Uma PPP da Deso só depende da vontade política do governador


Publicado em 29 de abril de 2023
Por Jornal Do Dia Se


Em comunicado divulgado em 17 de junho de 2022, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou que estava coordenando a contratação de serviços técnicos especializados para a estruturação de projeto de desestatização na prestação de serviços públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, visando à universalização, em até 75 municípios do Estado de Sergipe – a totalidade do estado. Aí já era a etapa final do governo Belivaldo Chagas. Esse estudo custou R$ 5 milhões.
Muito antes, em 22 de maio de 2015, o então presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, entregou ao então governador do Estado de Sergipe, Jackson Barreto, relatório final de estudo técnico sobre a universalização dos serviços de saneamento básico no Estado.
Apoiado com R$ 2 milhões não reembolsáveis no âmbito do Fundo de Estruturação de Projetos do Banco (BNDES FEP), o estudo foi desenvolvido em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O projeto teve como objetivo avaliar a viabilidade econômica e a modelagem e implantação de possíveis parcerias público-privadas, dentre outras opções, para a adequada prestação de serviços de saneamento básico.
O relatório final do estudo apresentou, entre outros temas, a análise dos aspectos técnico-operacionais e de qualidade dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário, proposta de plano de metas e investimentos para a expansão e atualização da prestação dos serviços e para o desenvolvimento institucional da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso).
Na semana passada, com a aprovação pela Assembleia Legislativa do projeto do governo Fábio Mitidieri que institui o Programa de Parcerias Estratégicas do Estado de Sergipe – PPE-SE, a oposição denunciou a pretensão do governador em privatizar a Deso. O governador se apressou e garantiu que a Deso não será vendida. “O que poderá ser feito é uma Parceria Público-Privada para melhorar os serviços de distribuição de água, que é uma reclamação recorrente de grande parte dos sergipanos”, explicou.
Mas acabou admitindo que será encaminhado nos próximos meses à Assembleia Legislativa um projeto com base em estudo feito pelo BNDES em relação a Deso. “A partir daí, toda a sociedade compreenderá o que será feito para melhorar o serviço de água em todo estado. O que a gente não pode é fazer mais do mesmo e esperar resultado diferente”, disse, mantendo as críticas ao péssimo serviço da companhia.
Na terça-feira (25), a secretária estadual Fazenda, Sarah Tarsila Andreozzi, informou que a empresa que ganhar a concessão da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) vai usufruir dela por 35 anos. Entrevistada pelo jornal O Estado de S.Paulo, Andreozzi disse que a Parceria Público-Privada (PPP) representará um investimento de R$ 7 milhões e o leilão deverá ocorrer até dezembro deste ano, seguindo o estudo do BNDES.
A Deso detém a concessão de 71 das 75 sedes municipais. Apenas os municípios de Carmópolis, além das sedes de São Cristóvão, Capela e Estância não fazem parte da área operada pela empresa. A exploração dos serviços ocorre através de contratos de concessão, firmados com cada um dos municípios.
Apesar da aprovação da lei instituindo o PPE-SE, o governador vai precisar da aprovação de uma lei específica pela Assembleia Legislativa – tem uma folgada maioria, mas o assunto é polêmico até mesmo entre eles – e buscar o melhor momento para a realização do leilão em bolsa para a entrega da administração da Deso. Mitidieri sempre fala no modelo adotado pelo estado de Alagoas em relação a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal).
A Casal é gerida através de uma PPP desde setembro de 2020. Pelo modelo alagoano, mesmo após a concessão dos serviços na Região Metropolitana de Maceió (RMM), a Casal ficou responsável pela captação e tratamento da água, que é repassada para o parceiro privado distribuir aos clientes durante os 35 anos da concessão.
Em Alagoas, desde a entrada em operação do parceiro privado, que teve a empresa BRK como vencedora do leilão, há um prazo, conforme estabelecido no edital, de seis anos para que haja a universalização do fornecimento de água e de até 16 anos para que haja a universalização do esgotamento sanitário em toda a Região Metropolitana de Maceió, que totaliza 13 municípios, incluindo a capital. O investimento esperado é em torno de R$ 2,6 bilhões, que será captado e investido pelo parceiro privado.
O Estado de Sergipe já dispõe de todos os estudos necessários para transferir a gestão da Deso para a iniciativa. Falta agora a vontade política do governador Fábio Mitidieri.

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