Quarta, 22 De Janeiro De 2025
       
**PUBLICIDADE
Publicidade

Um concerto para 30 dias


Publicado em 12 de maio de 2023
Por Jornal Do Dia Se


O resto é siêncio.

Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br

A manutenção de uma orquestra sinfônica, com agenda regular e repertório voltado para a música de concerto, é um luxo ainda em vias de ser devidamente alardeado pelo Governo de Sergipe. Eu vejo o auê inspirado por 30 dias de forró, por exemplo, sem atinar com a razão de tanto alvoroço. Isso de bancar o nariz empinado de um maestro, um spalla, um timpanista, ao contrário, mexe com meus brios a ponto de me fazer quase ufanista.
O sanfoneiro Mestrinho é um garoto propaganda muito mais simpático do que o maestro Guilherme Mannis, não resta dúvida. Além da basta cabeleira armada, Mestrinho é gente da gente, um músico reconhecido na cena do sul maravilha, com trânsito entre os maiores da Música Popular Brasileira. Mannis, por sua vez, cultiva e talvez cultue o legado de nomes estranhos ao comum das gentes, sem nenhum apelo identitário. Bach, Brahms, Beethoven…. O resto é silêncio.
Mas nem tudo é questão de sotaque. Certa vez, levei minha mãe a um concerto da ORSSE no Teatro Tobias Barreto. Dona Eliene ficou maravilhada. Os violinos em uma peça de melosa de Mozart transportaram-na até as nuvens. No dia seguinte, ela me confessou, agradecida: há tempos não dormia tão bem.
É preciso, portanto, fazer jus ao trabalho da ORSSE. Um concerto como o que foi realizado ontem, sob o pretexto de render vivas e glórias e aleluias ao gênio de Beethoven não tem o condão de atrair turistas, movimentar cifras milionárias e a combalida economia local, isso é certo. Mas, quando menos, garante o sono extasiado de muita gente.

**PUBLICIDADE



Capa do dia
Capa do dia



**PUBLICIDADE


**PUBLICIDADE
Publicidade