Quarta, 15 De Janeiro De 2025
       
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Emprego Mundial e Perspectivas Sociais 2023


Publicado em 27 de maio de 2023
Por Jornal Do Dia Se


Saumíneo Nascimento

Abordarei adiante alguns dados relevantes sobre o emprego e as perspectivas sociais que temos pela frente, conforme pesquisa divulgada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), que é uma agência internacional vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU).
Conforme a OIT, no final de março de 2020, 80% da população mundial vivia em países com fechamento obrigatório de locais de trabalho. Ao mesmo tempo, nas ruas silenciosas de cidades e vilas em todo o mundo, os principais trabalhadores deixaram a segurança de suas casas para ir trabalhar.
A grande questão que cabe uma reflexão é se o mundo está sendo capaz de desenvolver políticas que promovam o trabalho decente para todos, com a promoção da justiça social e dos direitos humanos e trabalhistas.
Em todo o mundo, de acordo com a agência internacional que avalia as condições de trabalho, que esses trabalhadores produziram, distribuíram e venderam alimentos, limparam ruas e ônibus para minimizar a propagação da pandemia, garantiram a segurança pública, transportaram bens essenciais e trabalhadores para seus empregos e cuidaram e curaram os doentes. Estes são os principais trabalhadores.
A OIT revela que a pandemia do COVID-19 tornou evidente até que ponto as sociedades precisam de trabalhadores essenciais, tanto nos bons quanto nos maus momentos, mas também como a maioria dos empregos essenciais é desvalorizada, levantando preocupações sobre a sustentabilidade dessas atividades essenciais, especialmente devido à possibilidade de choques futuros.
O relatório da OIT pede uma reavaliação do trabalho dos trabalhadores-chave para refletir sua contribuição social e maior investimento em setores essenciais.
Os trabalhadores-chave podem ser encontrados em oito grupos ocupacionais principais: trabalhadores do sistema de alimentação, trabalhadores da saúde, trabalhadores do varejo, trabalhadores de segurança, trabalhadores manuais, trabalhadores de limpeza e saneamento, trabalhadores de transportes e técnicos e trabalhadores administrativos.
A pesquisa da OIT avaliou dados de 90 países, verificando-se que os trabalhadores-chave representam 52% da força de trabalho, embora a proporção seja menor nos países de alta renda (34%), onde as atividades econômicas são mais diversificadas e há uma parcela menor de trabalhadores na agricultura.
O relatório da OIT aponta que, enquanto menos de 2% dos principais trabalhadores estão envolvidos com a saúde em países de baixa renda, a parcela salta para 20% nos países de alta renda. Em minha visão, precisamos evoluir na formação de mais trabalhadores envolvidos com saúde. Um exemplo clássico é a formação em medicina que tem evoluído em nosso país e de forma especial no Estado de Sergipe, através da Universidade Federal de Sergipe, com cursos em São Cristóvão e Lagarto e Universidade Tiradentes, com cursos em Aracaju e Estância.
As mulheres representam 38% de todos os trabalhadores-chave em todo o mundo, o que é menor do que sua participação no trabalho não-chave (42%). As mulheres constituem dois terços dos principais profissionais de saúde e mais da metade dos principais trabalhadores do varejo, mas estão totalmente sub-representadas em segurança e transporte. E pelo perfil dos novos alunos nos cursos de saúde no Brasil, a tendência é que as mulheres passem a ser maioria entre os referidos profissionais.
Algo curioso apontado no relatório é que nos países de alta renda existe uma dependência forte de migrantes internacionais para realizar serviços essenciais em ocupações como agricultura e limpeza e saneamento. Este é um fenômeno que também está ocorrendo no Brasil, com relação aos nossos vizinhos.
Uma revelação conhecida por intuição e que está consolidada no relatório, é a de que os trabalhadores-chave sofreram taxas de mortalidade mais altas por COVID-19 do que os trabalhadores não-chave, como resultado de sua maior exposição ao vírus. No entanto, as taxas de mortalidade variaram entre os principais trabalhadores: enquanto os profissionais de saúde tiveram altos níveis de contato com pacientes infectados, suas taxas de mortalidade foram menores do que as dos trabalhadores de transporte, que sofreram as taxas de mortalidade mais altas.
Nas perspectivas sociais, entende-se que a proteção de segurança e saúde ocupacional é fundamental para que os trabalhadores possam usufruir dos benefícios de trabalhar em locais de trabalho seguros. De acordo com a OIT, trabalhadores formalmente empregados com segurança no emprego e representação sindical tiveram ambientes de trabalho capazes de se sair melhor com o aumento das demandas e riscos do trabalho durante a pandemia do COVID-19.
Precisamos de um mundo em que os trabalhadores sejam valorizados e, isto pode ser refletido em seus salários e outras condições de trabalho, a exemplo de jornada de trabalho. Também necessitamos mitigar os riscos físicos e biológicos, bem como os riscos psicossociais, que afetam os trabalhadores.
Que a proteção social dos trabalhadores seja evidenciada e que os mesmos consigam dispor de atualização em suas respectivas formações para que possam usufruir de forma mais adequada de um ambiente de trabalho saudável.

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