Terça, 21 De Janeiro De 2025
       
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Sílvio Campos, cidadão aracajuano


Publicado em 01 de setembro de 2023
Por Jornal Do Dia Se


Bom pra cacete!

Rian Santos – riansantos@jornaldodiase.com.br
 
Sílvio Campos, lenda viva da cena underground sergipana, recebeu ontem o título de Cidadão Aracajuano – um certificado emitido por iniciativa de uma autoridade pública, usualmente dedicado a gente muito importante. Trata-se de excelente notícia. A homenagem da Câmara de Vereadores de Aracaju, provocada pelo vereador Ricardo Vansconcelos, abraça desde o homem de carne e osso, até a sensibilidade fora de moda de roqueiros caindo de velhos 
Quando Sílvio se interessou por música, nos esmaecidos anos 80, influenciado pelos irmãos mais velhos e por um ambiente familiar dos mais propícios, a paisagem de Aracaju era muito diferente, não convivia pacificamente com a negação dos modelos de comportamento então cultivados. Segundo Sílvio, não era raro o camburão acompanhar um grupo de cabeludos de maneira ostensiva. “O rock era a nossa grande arma, a gente tinha que montar uma banda”.
Dito e feito. Nos tempos da Sem Freio na Língua, banda que lançou as sementes para o surgimento da KarneKrua, o cenário também não era propício para a divulgação da música autoral, mas os caras pretendiam, deliberadamente, fazer história. Foi mais ou menos o que o próprio Sílvio me explicou – a lenda em pessoa: carne, osso e cabelos brancos – em entrevista concedida há um bom par de anos. 
 “Desde o início, quando fundei a banda com Almada, defendemos a bandeira da música autoral. Era uma coisa ideológica, de batalha mesmo. Isso também pode explicar a nossa vitalidade. Quando um menino vem me pedir conselho, tentando entender como a KarneKrua sobrevive há tanto tempo, explico que uma banda tem que estar sempre em atividade, ocupando os espaços, renovando o seu público, procurando novos desafios. O cara precisa acreditar no que está fazendo. O resto é lucro”.
O chapa Adelvan Kenobi, locutor do saudoso Programa de Rock (Aperipê FM), não esconde o espanto provocado pelo trabalho de Sílvio Campos, um petardo. “Eu sabia que ‘Inanição’ (2012) é primoroso, o melhor disco da KarneKrua e um dos melhores álbuns do estilo lançado no Brasil nos últimos – e raquíticos – tempos. Mas nunca tinha parado para ouvir como se deve: em CD, num aparelho de som decente, com o encarte nas mãos, acompanhando as letras. Fiz isto e fiquei de cara. Que puta disco do caralho! Puta a que o pariu, porra, caralho! É bom pra cacete!”
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