Demonstração de força
O Brasil em marcha
Publicado em 06 de setembro de 2023
Por Jornal Do Dia Se
Rian Santos – riansantos@jornaldodiase.com.br
Os desfiles do sete de setembro evocam as páginas mais vergonhosas da História. Soldados marcham, orientados por uma banda marcial, numa demonstração vulgar de poderia bélico. E afirmam por uma imposição de volume, razão de todo exército, o enunciado da força.
Trata-se, aqui, de uma festa cívica, dizem os patriotas. Fosse assim mesmo, entretanto, o sete de setembro não serviria de pretexto para a expressão do bolsonarismo mais abjeto.
Uma fração do povo brasileiro se entende majoritária, com o direito matemático de marchar sobre supostas minorias. E se mostra coberta de verde e amarelo, fardada, no feriado dedicado à independência.
Ruim de conta, ruim de argumento, o exército tresloucado de Bolsonaro já se mostrou capaz dos maiores estragos. Não se trata apenas de ferir o decoro, espancar o bom gosto, contrariar o bom senso, sob o resguardo da Bíblia e da bandeira nacional. Nos atos golpistas do dia 08 de janeiro, o bolsonarismo chegou às vias de fato.
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) está atenta e atua para identificar eventuais ameaças durante o sete de Setembro. Exército e Polícia Militar monitoram a movimentação de bolsonaristas. O perigo concreto não é mais de protestos e vaias, como é praxe nas cerimônias com a presença de autoridades públicas. O bolsonarismo trabalha por uma guerra. Não convém subestimar de novo essa gente.
No sete de setembro, crianças e adolescentes marcham como soldados. Diferente destes, no entanto, desfilam, apenas, fantasiados, sem essa de “independência ou morte”, munidos de papel crepom e cartolina.