Terça, 21 De Janeiro De 2025
       
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Sem tumultos, 7 de Setembro vai marcar a volta do Grito dos Excluídos


Publicado em 07 de setembro de 2023
Por Jornal Do Dia Se


Foi em 7 de setembro de 2022 que começaram as mobilizações dos bolsonaristas em defesa do golpe militar, culminando com os atos golpistas de oito de janeiro, em Brasília, promovidos por
bandidos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação do STF e do presidente Lula impediram a repetição desses atos no 11 de janeiro, e a prisão de centenas de envolvidos nos atos de depredação dos prédios públicos serviram de alerta aos bandidos que se passam por manifestantes.
No Nordeste, onde o presidente Lula derrotou Bolsonaro em todos os estados, a chance de atos violentos é muita remota. Em Sergipe, mais difícil ainda. Ao longo do governo Bolsonaro (2019-2022) foram realizados alguns atos de bolsonaristas na capital, mas nada intimidador ou com o propósito de danificar o patrimônio público. Os bolsonaristas sergipanos são grandes empresários e membros da classe média alta, além de alguns desavisados, que promovem carreatas a partir da praia de Atalaia, sempre em direção a 13 de Julho, onde se concentram tomando cerveja.
Jouberto Uchôa, dono da Unit e uma das maiores fortunas do estado, foi flagrado em diversas oportunidades visitando o acampamento golpista que havia sido montado em frente em quartel do 28º BC, no 18 do Forte, mas nunca chegou a defender abertamente o golpe militar.
Nas eleições passadas, Sergipe elegeu dois candidatos que se apresentavam como bolsonaristas: o senador Laércio Oliveira (PP) e o deputado federal Rodrigo Valadares (União Brasil). Mesmo assim, Laércio fez uma campanha mais propositiva e praticamente não falava em Bolsonaro, até para não perder votos. Foi eleito pela força do capital, numa das campanhas mais caras já vistas em Sergipe, e como senador mantém distância de grupos mais radicais.
Ao contrário de Laércio, Rodrigo Valadares fez uma campanha toda centrada na defesa do bolsonarismo e das pautas conservadoras, nas reuniões e pequenos comícios que promovia no interior do estado e bairros periféricos da capital. Obteve 49.698 votos (4,16% do total de eleitores), e ainda foi favorecido pela excepcional votação de Yandra de André, eleita com 131.471 votos.
Empresário e representante do grande capital, Laércio Oliveira faz uma “oposição branda e respeitosa” ao governo Lula. É filiado a um dos partidos do chamado “Centrão” e que integra a base presidencial no Congresso. Agora, na reforma ministerial, deve assumir cargos no primeiro escalão do governo.
Desde o episódio golpista em Brasília, o governador Fábio Mitidieri se vinculou ao governo federal em repúdio aos atos violentos. Logo depois de assumir, participou de reunião convocada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, para discutir e apoiar ações conjuntas com governadores contra atos golpistas.
Em janeiro, o governador chegou a enviar 40 policiais militares do estado para reforçar a equipe da Força Nacional em atuação no Distrito Federal. Permaneceram por 30 dias.
O Ministério Público de Sergipe, através da publicação da Portaria nº 53/2023, criou o Grupo Temporário de Atuação Coordenada para a Prevenção e Resolução de Crises e Conflitos (GTAC), com o propósito de monitorar e avaliar eventuais atos de ameaça constitucional e suas devidas repercussões, no Estado de Sergipe.
No 7 de setembro de 2023 devem ocorrer os tradicionais desfiles cívicos, principalmente da classe estudantil, além de marcar a volta do Grito dos Excluídos, promovido por movimentos religiosos, sociais, populares e sindicais. Será a 29ª edição do Grito, que, em Aracaju estará nas ruas a partir das 8 horas, com uma concentração em frente à Catedral Metropolitana, no centro. Este ano, com o lema “Você tem fome e sede de quê?”, o evento acontecerá em 25 estados e a proposta é levar para as ruas e praças os gritos silenciados que vêm dos campos, porões e periferias das cidades, além de estimular reflexões e expor a necessidade de ações imediatas para garantir direitos fundamentais, como o acesso à comida e à água potável.
O protesto do Grito dos Excluídos, que vai se repetir em quase todos os estados, é por mais direitos para a população carente, não a baderna que ocorreu em oito de janeiro em Brasília.

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