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A PODRIDÃO DO ESGOTO ESTÁ VINDO À TONA


Publicado em 26 de outubro de 2023
Por Jornal Do Dia Se


* Rômulo Rodrigues

A recente operação da Polícia Federal descobriu que o governo Bolsonaro usava equipamentos de Israel para espionar ministros do STF, advogados, políticos de oposição, jornalistas e personalidades civis do meio intelectual e artístico, num processo de atentado permanente ao Estado Democrático de Direito.
Na operação 2 diretores da ABIN ligados ao general Augusto Heleno foram presos e na casa de um deles foram apreendidos mais de US$ 170 mil em dinheiro vivo.
O caso do sumiço das 21 metralhadoras do quartel do exército de Barueri, SP, teve como consequência a exoneração do tenente coronel Rivelino Barata de Souza Batista, na sexta feira 20 de outubro, da direção do arsenal de guerra de São Paulo, mas ele continuará na ativa em outra unidade, quando já se passaram 10 dias da descoberta do crime em uma inspeção de rotina.
Além da ABIN propriamente dita, o exército também contratou software israelense de monitoramento de forma ilegal, aponta o relatório da Polícia Federal.
Aos poucos a tampa do esgoto do período recente em que o País esteve submetido a mais um governo militarista, com tudo que não presta e veste fardas, comandado de início por um general traidor da pátria chamado Villas Boas e vários cúmplices como Hamilton Mourão, Braga Neto, Sergio Etchegoyen, fartamente estrelados até chegar a Mauro Cid, pai, Eduardo Pazuello, Mauro Cid, Filho, todos comandados pelo, talvez, pior oficial já formado na suntuosa academia e que eles aceitaram a subordinação na perspectiva de toda a casta se locupletar com Leite Condensado, Prótese Peniana, Whisky importado, Cerveja e picanha além de polpudos salários para familiares e dependentes.
Tudo isso bem acobertado por uma mídia patronal que recebia e, estranhamente, ainda recebe polpudas verbas publicitárias para defender os donos do agronegócio que desmatam, exterminam povos originários e envenenam o solo e os alimentos que produzem em larga escala com o pomposo nome de commodities.
O transporte de 39 kg de cocaína em avião da comitiva presidencial no governo Bolsonaro, a cargo de um sargento da aeronáutica, o submisso papel de mula de um almirante de esquadra da marinha no contrabando de joias vindas da Arábia Saudita, as tramoias de superfaturamento nas compras de doses de vacina contra a Covid-19, quando o ministério da saúde era comandado por um general e o papel de 2º mandatário real da República exercido por um tenente coronel do exército, são reflexos do que quase todo mundo sabe e não diz por comodismo, medo ou participação nos botins, naquilo que já é público e notório e que chegou a hora do basta! Basta de militar exercendo o poder civil para transformar uma República em um cabaré de quinta.
A recente descoberta de um esquema ilegal de espionagem da ABIN no governo Bolsonaro vai além de um simples crime praticado por militares; tem que ser denunciado e apurado como crime de guerra comandado e executado por traidores da pátria.
Os grampos nos telefones dos da Suprema Corte, advogados, jornalistas e políticos de oposição se investigados podem chegar ao responsável que tudo indica será o general Augusto Heleno como o mais provável mentor de tudo e, por isso mesmo, não poderá andar livre pelas ruas e frequentar espaços públicos como se nada tivesse acontecido, depois da prova irrefutável revelada que a deputada bolsonarista Carla Zambelli, alinhada com todo o esquema de podridão que exala do esgoto dos golpistas do governo militarizado foi pega em áudios que revelam seu pedido ao hacker Delgatti para descobrir endereços de ministros do Supremo Tribunal Federal.
O bom desempenho da economia brasileira, o destaque internacional do presidente Lula como 3º estadista no ranking global e a certeza de que quaisquer intervenções militares na política deixa à mostra que já chegou ao fim o pacto de subordinação aos interesses dos EUA.
O desafio para a sociedade civil organizada, agora, se a quiser soberania é ir para as ruas exigindo apuração de todos os crimes a começar pelos do genocídio e tentativa de golpe acabando com a brincadeira de eterna submissão ao decadente império americano que precisa da cumplicidade para continuar fabricando armas, criando inimigos e patrocinando guerras para vendê-las e manter sua economia funcionando.
A gentalha nacional armou o crime organizado com total apoio da mídia corporativa e amiga dos armamentistas e continua passando o pano para o belicismo de Joe Biden e Benjamin Netanyahu com suas narrativas completamente distorcidas e em favor dos que praticam um genocídio contra o povo palestino.

* Rômulo Rodrigues, sindicalista aposentado, é militante político

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